CIDADE

Agravamento da pandemia e escassez de sedativos impedem retomada de cirurgias eletivas

Joanna Prata
Publicado em 12/04/2021 às 17:46Atualizado em 19/12/2022 às 03:53
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O Jornal da Manhã tem recebido muitos questionamentos a respeito do retorno das cirurgias eletivas. A Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais determinou no dia 13 de fevereiro deste ano a suspensão de cirurgias eletivas não essenciais para as redes pública e privada e conveniada com o Sistema Único de Saúde, o SUS. Desde então o Mário Palmério Hospital Universitário deixou de fazer em torno de 60 cirurgias eletivas por mês. Já no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) houve uma diminuição de 76% nas cirurgias eletivas realizadas nos dois primeiros meses do ano, se comparado com o mesmo período deste ano.

O Estado entende como cirurgia eletiva aquela que não possui caráter de emergência. A delegada do Conselho Regional de Medicina em Uberaba, Fabiana Prado, esclarece que a definição sobre o que é emergencial ou eletiva cabe principalmente à avaliação e bom senso do médico. Fabiana explicou que a suspensão é necessária pelo agravamento da pandemia da covid-19. “Existe a preocupação para uso adequado e racional para uso dos medicamentos que podem ser necessários nos procedimentos cirúrgicos, mas também são necessários na intubação de pacientes Covid e pela questão de leito. Porque mesmo uma cirurgia simples pode evoluir com alguma complicação e esse paciente pode precisar de um leito de UTI”, afirma a delegada do CRM.

A médica também explicou que os pacientes Covid demandam uma quantidade maior de medicamentos já que levam mais dias entubados “Em uma cirurgia comum o paciente costuma ficar dois ou três dias entubado. O paciente covid as vezes chega a ficar até quinze dias precisando de medicação para ficar sedado”, compara Fabiana Prado.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais disse não ter previsão do retorno dos agendamentos das cirurgias eletivas. Em nota enviada pela assessoria de imprensa ao Jornal da Manhã, a SES diz que a suspensão segue principalmente no momento atual em que há escassez de medicação. “Isso porque o estoque de sedativos utilizados na intubação do paciente de covid encontra-se em nível não recomendável para o enfrentamento da pandemia. As unidades hospitalares de Minas Gerais, que trabalhavam com estoque de 60 dias ou mais, enfrentam dificuldades no abastecimento”, diz a nota. Esta é a segunda vez que as cirurgias eletivas são suspensas - a primeira foi em março de 2020. A autorização para retomada foi publicada no Porta-Voz no dia 9 de outubro. 

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