CIDADE

Com a rede privada em colapso, 5 pacientes são enviados a cidades paulistas por falta de leitos em Uberaba

Larissa Prata
Publicado em 01/03/2021 às 16:58Atualizado em 18/12/2022 às 12:30
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A ocupação de leitos particulares em Uberaba está dramática. A rede privada chegou a 100% de ocupação total no fim de semana e continua ainda nesse patamar. A reportagem do Jornal da Manhã entrou em contato com a assessoria de imprensa dos hospitais particulares e tanto o São Domingos quanto o Mário Palmério confirmaram a ocupação total nesta segunda-feira (1º). Inclusive, cinco pacientes foram remanejados para outras cidades, segundo informou a assessoria do Hospital e Maternidade São Domingos (HMSD).

“O Hospital São Domingos permanece com 100% de ocupação. Lembrando que a taxa de ocupação muda continuamente. A equipe de regulação mediou leitos para quatro pacientes que foram para Ribeirão Preto e um para Franca”, informa, em nota enviada à reportagem.

Já o Mário Palmerio Hospital Universitário (MPHU) está com 100% de ocupação apenas na enfermaria, mas a UTI está com 87,5% dos leitos ocupados nesta segunda-feira, segundo nota enviada à reportagem. O total de leitos destinados à Covid-19 no MPHU é de 8. Ao todo, são 32 leitos UTI destinados ao tratamento da Covid-19 em Uberaba, sendo 24 no HMSD.

Boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Uberaba nesta segunda, no entanto, traz 148 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h e um único óbito confirmado. Com isso, Uberaba chega a 15.521 casos confirmados de Covid-19, sendo 13.666 recuperados e 355 óbitos ao total. O boletim ainda traz ocupação de 94% na UTI da rede privada, com dois leitos desocupados, um a mais do que o confirmado à reportagem do Jornal da Manhã nesta manhã, que, certamente se trata do óbito registrado - uma mulher de 63 anos internada há seis dias em hospital particular. Com relação à rede pública, há 64% de ocupação dos leitos de UTI. Com relação à enfermaria, a situação também é preocupante. Na rede pública a ocupação é de 71% e na privada, de 75%. 

A escassez de profissionais de saúde é uma realidade a nível nacional e em Uberaba não é diferente. Em ampliação, o HSMD pretende chegar a 96 leitos entre enfermarias e apartamentos. “Os recrutamentos são contínuos. Há vagas para técnicos de enfermagem e outros profissionais. Os processos de seleção continuam e os interessados devem encaminhar e-mail para currí[email protected]”, confirma a assessoria do hospital.

HOSPITAL REGIONAL

Colocado como possível alternativa para o recebimento de pacientes da rede privada, o Hospital Regional não deve suprir essa demanda. Segundo o diretor Diego Amad, o paciente da rede privada somente será incluído na regulação de leitos SUS após o esgotamento das opções.

“Existe o seguinte fluxo. Se você tem um convênio e vai para um hospital e lá não tem vaga. A primeira coisa que o convênio tem obrigação é de procurar dentro da sua rede credenciada de hospitais fora da nossa região se existe vaga. Esgotadas essas buscas aí sim ele tem que ser inserido no sistema, que é o SisReg que a gente utiliza aqui, que é o sistema de regulação do SUS e do Ministério da Saúde, e esse pedido vai ser encaminhado para o setor de regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba e aí vai ser avaliada e liberada a vaga para o Hospital Regional”, explica. “Queda nos números da covid nos deixa um pouco mais felizes, mas não tranquilos”, diz secretária-adjunta de Saúde 

A queda no número de casos positivos e óbitos por covid em Uberaba no último final de semana de fevereiro é vista com bons olhos pela administração municipal. A cidade registrou cinco óbitos em 48 horas, longe do recorde de 24 horas, também em fevereiro. A secretária-adjunta de Saúde, Fabiana Prado, em entrevista à Rádio JM nesta segunda-feira, 1º, avaliou a situação da pandemia da cidade após as medidas adotadas no Decreto Municipal 306.

“O nosso acompanhamento dos números é diuturno. Essa discreta melhora nos números nos deixa um pouco mais felizes, mas não tranquilos. Dá sinais de que as medidas foram eficientes, mas ainda não suficientes. O espaço de tempo não é suficiente para nos dar tranquilidade, então continuamos com a preocupação com os cuidados essenciais”, declara Fabiana.

Segundo a secretária, são necessárias mais semanas para definir se o sistema de saúde não vai colapsar por completo, e se as medidas adotadas agiram com a eficiência esperada.

“Nós precisamos de mais semanas para que possamos ficar tranquilos e dizer ‘Olha, parece que não vai explodir o número de casos. Vamos conseguir mais essa fase sem colapso’. Então não estamos tranquilos, precisamos muito do empenho dos uberabenses para mudar esse cenário”, finaliza Fabiana. (Luiz Henrique Cruvinel)

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