CIDADE

Complexo de Peirópolis recebe bloco de 2,5 toneladas com fósseis de dinossauros

Publicado em 26/10/2020 às 15:41Atualizado em 18/12/2022 às 10:33
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O bloco de calcário é proveniente de mineração realizada por grupo empresarial e foi extraído a aproximadamente 50km da área urbana de Uberaba (Foto/Divulgação)

Foi entregue ao Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, um grande bloco de calcário e arenito, contendo fósseis de dinossauros carnívoros e herbívoros. O bloco é proveniente da mineração de calcário de um grupo empresarial, com ponto de extração e moagem à esquerda da Rodovia BR–050, a aproximadamente 50 quilômetros da área urbana de Uberaba.

O material foi entregue por Paulo César Silva Macedo, técnico em paleontologia de uma empresa de consultoria ambiental, e recepcionado pela Diretora do Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, Stela Mariana de Morais, acompanhada dos funcionários do CCCP e de Marcelo Nicolau, da Casa do Turista.

De acordo com a equipe do complexo, o próximo passo é a retirada dos fósseis do bloco com cerca de 2,5 toneladas. Aproximadamente 98% desse peso é de calcário maciço e os fósseis estão concentrados em uma camada com cerca de 15 centímetros. Como o bloco não caberia dentro do Museu e pela necessidade de conservar os fósseis, o bloco foi envelopado para evitar as intempéries e tão logo quanto seja possível, o preparador de fóssil irá retirá-los e levar para o laboratório.

Especialistas explicam que o material pode ser preservado – monitorado e salvo – só por causa de uma portaria 003 conjunta de 2015, emitida pelo município. O material é muito fossilífero, semelhantes as rochas encontradas na mesma camada geológica, onde são explorados os fósseis em Peirópolis, denominado Formação Marília, que é datada entre 70 e 62 milhões de anos atrás. Essa mesma camada geológica é portadora de fósseis importantes como o Uberabatitan Ribeiroi, Uberabasuchus terrificus, Uberabatrachus Carvalhoi, Peirossauros Tormini, Itassuchus Jesuinoi, Cambaremis Langertoni, e vários outros fósseis que compõe a paleobiota do Cretáceo continental brasileiro e no Triângulo Mineiro.

“É importante reforçar que Uberaba avançou muito desde 2015 com essa Portaria que foi solicitada pela UFTM, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais e a Agência Nacional de Mineração que fez uma Determinação Normativa na época”, destaca a diretoria do complexo.

Uberaba conta com uma lei de geoconservação atuante, essa lei prevê que todo e qualquer área dentro do território de Uberaba, ou seja, dentro do território do Geoparque Uberaba, dos 4.500 quilômetros quadrados que houver potencialidade paleontológica, o empreendedor tem que contratar um especialista para se fazer um diagnóstico. E se esse diagnóstico apontar que há uma possibilidade de se achar fósseis, o empreendedor é obrigado a contratar uma empresa, ou fazer uma associação com uma universidade, para que se faça o programa de monitoramento e salvamento.

“Graças a esse trabalho o CCCP, através do Centro de Pesquisas Paleontológicas Leweelyn Ivor Price, têm feito as ações que ele se propõe, que é realizar pesquisas, coletar fósseis, preparar os fósseis, estudar os fósseis, dar publicidade a esses achados, através de publicações científicas e depois expor na mostra do Museu dos Dinossauros do CCCP para gerar o turismo que movimenta a economia local” disse o geoólogo do CCCP Luiz Carlos Borges Ribeiro.

Geoparque Uberaba

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro é uma das instituições, que estão implantando o Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes, e cuida desse nicho, que é a parte do patrimônio geológico, por conta do inventário dos achados dos afloramentos que tem importância acerca da história geológica da região e também é dado com esses fósseis da descrição dos trabalhos de publicação de toda cadeia do geoturismo.

*Com informações CCCP/UFTM

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