A Leishmaniose é uma doença infecciosa, transmitida pela fêmea do mosquito palha. No ser humano, os parasitas da doença, transmitidos via mosquito, afetam a medula óssea, o fígado e o baço. Sem tratamento, a doença é fatal em quase 100% dos casos. O tratamento é disponibilizado na rede de serviços do SUS.
Pensando nisso uma docente da UFTM em Iturama desenvolveu em Uberaba um teste inovador para detecção de Leishmaniose visceral.
A docente Renata Pereira Alves Balvedi, verificou a atuação de biossensores para detecção da doença de forma rápida, barata, portátil, sensível, específica e seletiva. O estudo, fomentado pelo CNPq, Capes e Fapemig, contou com a colaboração de docentes da UFTM, UFU e a UFAL.
O periódico científico “Biosensors”, do Multidisciplinary Digital Publishing Institute, publicou em julho de 2020 um artigo sobre a pesquisa, iniciada em 2018.
A inovação está no uso de biossensor específico para Leishmaniose visceral. São biossensores eletroquímicos que avaliam quantitativamente o alvo específico com a utilização de nanopartículas de ouro, em eletrodos de carbono.
A análise permitiu detectar, em amostras de plasma de pacientes do Hospital de Clínicas da UFTM, a Leishmaniose Visceral, sem a interferência da doença de Chagas, no caso estudado. Todos os experimentos foram realizados no laboratório da Medicina Tropical da Universidade. “A doença de Chagas é uma das doenças negligenciadas que causam reação cruzada no diagnóstico da Leishmaniose. Reação cruzada é o falso positivo ou o falso negativo. Com o biossensor aplicado, não houve esta limitação. É mais sensível, confiável e seguro que outros testes tradicionais, portanto, é menor a chance de erro, de haver confusão diagnóstica com outra doença”.
Na próxima etapa do estudo, os pesquisadores testarão um número maior de pacientes e será aprimorada a sensibilidade do biossensor. “Pretendemos disponibilizar um produto de excelente confiabilidade à população, assim precisamos de mais validações. Além do número, almejamos detectar as diferentes gravidades da doença. Esperamos que os resultados sejam promissores nos próximos dois anos”, concluiu Renata.