CIDADE

Produção de etanol deve bater novo recorde na safra deste ano

Na mesma proporção cresce o consumo, que aumentou 50% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2018

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 21/08/2019 às 22:43Atualizado em 17/12/2022 às 23:37
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Presidente da Siamig, Mário Campos, diz que em Minas a produção deve ter 1 bilhão de litros a mais este ano

Com produção estimada de 3,5 bilhões de litros, o etanol deve bater novo recorde de fabricação na safra deste ano. Em 2018, o produto registrou recorde de produção dos últimos 20 anos. Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), fez estimativa de mercado para o Jornal da Manhã, ontem.

No primeiro semestre, o aumento observado no consumo foi de 50% em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento se deve ao preço que a gasolina tem apresentado, o que tem feito o motorista preferir o biocombustível na hora de abastecer. “Para atender à demanda maior, muitas usinas estão se expandindo”, declara Campos.

A produção de álcool de 2019 deve ser 1 bilhão de litros maior que a do ano passado. Para alcançar essa façanha, as indústrias do Estado, de acordo com Campos, irão processar 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar durante toda a safra. “Nós estamos registrando alta de produção de cana e do etanol. A produção de açúcar está mantendo a média do ano passado”, destaca. Em 2018, o volume produzido foi de 2,5 bilhões de litros.

Segundo Campos, hoje, os produtores mineiros estão com atenção voltada para o mercado interno e já pensam na próxima safra. “Nós temos espaço para crescer a produtividade e os empresários trabalham na expansão do processamento na indústria, como na reforma e no melhoramento dos canaviais na zona rural”, revela. 

Adição de 10% na gasolina da China ainda não anima o setor no Brasil. A China, país com maior frota automotiva do mundo, prepara-se para adicionar 10% de etanol na gasolina comercializada no país. A adição ocorrerá no início do próximo ano e irá gerar nova demanda, de cerca de 15 bilhões de litros por ano. Porém, de imediato, a nova demanda não gera muita expectativa para o presidente da Siamig. 

De acordo com Mário Campos, apesar da briga comercial que o país asiático trava com os Estados Unidos, os americanos podem se apresentar com solução viável em curto prazo. “Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de etanol e, apesar da briga comercial, podem ser uma solução mais rápida para atender a demanda”, estima, ressaltando ter atenção voltada ao mercado interno.

A China tem, atualmente, 240 milhões de veículos e a perspectiva é de que esse volume dobre nos próximos 20 anos. Executivos do setor sucroenergético brasileiro estiveram na China, recentemente, e apresentaram o Brasil como solução, lembrando que por aqui desenvolveram diversos testes relacionados ao impacto nos motores dos carros, à durabilidade, ao consumo, a emissões e ao reflexo nos preços nas bombas, sem que tenha sido constatado qualquer tipo de problema associado a esse nível de mistura.

A gasolina brasileira possui mistura de 27% do biocombustível e o Governo Federal irá promover seminário na China, no início do próximo ano, com o objetivo de apresentar o programa de etanol brasileiro e debater temas como o impacto do etanol na indústria automobilística, questões ambientais, regulatórias e de abastecimento.

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