Minas Gerais confirma morte por raiva humana após 10 anos sem registro da doença

Um dos maiores transmissores da raiva humana é o morcego infectado

Um adolescente indígena de 12 anos é a primeira vítima da raiva humana em Minas Gerais na última década. Além dele, um segundo caso ainda está em investigação, e também tem como vítima uma adolescente indúgena. Os dois moravam em uma tribo na cidade de Bertópolis, na região do Vale do Mucuri, a mais de 1.100 quilômetros de Uberaba. A raiva humana acende alerta máximo no Estado porque geralmente 100% das pessoas infectadas não resistem à enfermidade.

O jovem com a morte confirmada por raiva humana foi mordido por um morcego na segunda quinzena de março. Ele deu entrada em um hospital na cidade de Teófilo Otoni no dia 3 de abril e no dia seguinte a Secretaria de Estado de Saúde foi notificada do óbito. Desde então, a causa da morte estava sendo investigada.

A outra jovem indígena está com suspeita da doença também após ser mordida por um morcego. Ela está internada em um hospital na capital, Belo Horizonte, e, segundo informou a SES-MG, tem quadro estável, com evolução positiva. Ela teve amostra colhida para análise laboratorial e o resultado ainda é aguardado para confirmar ou descartar um possível segundo caso de raiva humana em Minas.

A pasta orienta as pessoas que tiveram contato com os adolescentes ou que tenham tido contato com animais mamíferos, silvestres ou domésticos, como cães e gatos, a procurarem uma unidade de saúde para avaliar a necessidade de adoção de medidas profiláticas, como administração de vacinas ou soros.

Desde a notificação dos casos suspeitos da doença, a SES-MG informou o Ministério da Saúde. A pasta reafirma força-tarefa em busca ativa por pessoas que tiveram contato com os adolescentes e, desde o dia 9 de abril, os 1.100 moradores da zona rural de Bertópolis estão sendo vacinados. Animais domésticos estão sendo levados para vacinação antirrábica e, ao todo, 100 doses foram disponibilizadas para a região. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) também foi acionado, e está ajudando a SES a executar ações de captura e manejo de morcegos.