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Felicidade está relacionada ao QI, afirma neurocientista

Publicado em 12/04/2021 às 08:19Atualizado em 19/12/2022 às 03:54
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Dia 20 de março é a data em que se celebra o Dia Mundial da Felicidade. Porém, um aspecto pouco comentado sobre este assunto é que as pessoas com maior QI são aquelas que têm maior facilidade de alcançar o tal almejado segredo da felicidade.

O neurocientista e neuropsicólogo membro da Federação Européia de Neurociências, Fabiano de Abreu, baseou-se em estudos de felicidade em pessoas de alto QI e chegou a uma definição inédita que foi publicada na revista científica Archives of Health da Latin American. O estudo com o título 'Neurofisiologia filosófica da felicidade: O segredo da felicidade está na homeostase; pessoas de alto QI têm mais chances de encontrar um melhor equilíbrio', determina que o que foi revelado em diversos estudos relacionados ao tamanho da massa cinzenta do cérebro de pessoas mais felizes está relacionado também ao tamanho da massa cinzenta de pessoas de alto QI.

Um estudo feito pelos psicólogos evolucionistas Satoshi Kanazawa e Norman Li mostrou que essas pessoas de alto QI sentem-se felizes quando estão solitárias. Afinal, elas conseguem se adaptar melhor a círculos de amizades menores. Nessa pesquisa, eles relataram também que os portadores de tamanha inteligência não almejam viver em grandes cidades da mesma maneira que também se sentem melhor com menos interações com amigos.

“Dessa maneira, pessoas de alto QI se satisfazem ocupando seu tempo com tarefas determinadas e buscando focos específicos que resultam em diferentes ‘empolgações’”, sintetiza o neurocientista luso-brasileiro Fabiano de Abreu.

Especialista em estudos sobre inteligência, Abreu conta que um estudo publicado na revista Psychological Medicine apresenta que pessoas com QI mais elevado (maior que 120 pontos), são mais felizes que as pessoas com QI menos elevado (menor que 99 pontos). “Fatores determinantes como renda influenciam para este resultado, pessoas com maior QI tendem a ter uma renda maior ou mais equilibrada”, reforça o neurocientista.

Segundo define o autor deste artigo, Wataru Sato, as pessoas com mais felicidade subjetiva tinham mais substância cinzenta no cérebro, células neuronais, na região do lóbulo parietal, precuneus. Por isso, define o neurocientista luso-brasileiro, "às pessoas com maior intensidade de felicidade, sentem menor intensidade na tristeza e são mais capazes de encontrar sentido na vida apresentam precuneus maiores. O número de neurônios e de ramificações dendríticas contribuem para o aumento da massa”, reforça.

“Partindo desta premissa, levando em consideração a inteligência DWRI onde o córtex pré-frontal e as demais regiões relacionadas à inteligência são bem desenvolvidas, mesmo as pessoas não DWRI com alto QI onde há uma chance aumentada de demais regiões se desenvolverem sob influência do QI, este aumento da substância cinzenta encontra uma relação com o QI”, completa Fabiano de Abreu.

Porém, ao analisar a pesquisa de Sato, ele lembra que foi detectado que, “quando feliz um indivíduo, as regiões da inteligência lógica e QI não estão ativas. Mas, isso ocorre porque não necessariamente a região da felicidade teria que ser a da inteligência, mas a inteligência pode determinar a felicidade, assim como o desenvolvimento das regiões cerebrais estão relacionados à inteligência”, explica.

Vale lembrar, destaca o neurocientista, que “há 14 regiões relacionadas às habilidades mentais que compõem a inteligência, como o córtex pré-frontal dorsolateral (envolvido em processos cognitivos), lobo parietal (processamento dos sentidos) e córtex cingulado anterior (ajuda no controle de impulsos e decisões)”.

Ou seja, “mais substância cinzenta, corpos de células nervosas, células da glia e dendritos, nos lobos frontais do cérebro é um indicador de inteligência nas mulheres e nas áreas frontais e traseiras ligadas à integração das informações dos sentidos nos homens. Além da massa avantajada, que está de relacionado com o tamanho dos neurônios, também há a boa conexão entre essas 14 regiões, devido a velocidade na troca de informações. A teoria do fator g de Charles Spearman pode estar relacionado a essas conexões, sua potência e velocidade como descrevo em meu artigo ‘Velocidade das sinapses’”, ressalta Abreu.

Afinal, de onde vem a felicidade?

A resposta é simples: Segundo Fabiano, ela “advém do equilíbrio emocional, da homeostase, que é a habilidade de manter o meio interno em equilíbrio constante com o meio externo independente de alterações. O homeostase neuronal também está relacionada com sincronia e equilíbrio dos neurotransmissores para uma maior facilitação da felicidade”.

A felicidade, ele completa, “também está relacionada a questões socioeconômicas e ao equilíbrio, as pessoas que possuem baixa renda se preocupam mais, tem maiores chances de problemas de saúde, precisam de mais ajuda com habilidades da vida diária, mais sintomas de sofrimento psíquico e os que tem muito perdem o objetivo, razão e motivação das conquistas”, finaliza o especialista.

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