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Tutores estão clonando animais de estimação para não precisarem se despedir

Um jovem desembolsou cerca de 35 mil dólares para ter uma cópia do seu gato falecido

Publicado em 16/09/2019 às 17:01Atualizado em 18/12/2022 às 00:19
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Foto/Divulgação/Sinogene

Gata que foi mãe portadora do animal clonado

Um empresário de 22 anos perdeu o gato, chamado Garlic, e decidiu, depois da morte do animal, cloná-lo. O jovem se lembrou de um artigo que tinha lido a respeito da clonagem de cães. Isso o levou até a Sinogene, empresa de clonagem de bichos de estimação em Pequim.

Depois de receber cerca de US$ 35.000 e trabalhar por sete meses, a Sinogene produziu aquilo que a imprensa oficial da China está chamando de o primeiro gato clonado do país.

O dono explicou que o animal é único. “No meu coração, Garlic é insubstituível”, disse Huang, que recuperou o corpo do gato e o colocou na geladeira, preparando-o para a clonagem. “Garlic não deixou descendentes, de modo que a única opção era cloná-lo.”

Mi Jidong, diretor executivo da Sinogene, disse que a empresa decidiu começar a clonar bichos de estimação em 2015 depois de realizar uma pesquisa mostrando haver demanda para tais serviços. Já foram clonados mais de 40 cães, a um custo aproximado de US$ 53.000 cada. Mi Jidong disse que mais de 100 pessoas armazenaram amostras de DNA de seus bichos de estimação na expectativa de criar clones a partir delas.

Depois que cientistas chineses clonaram uma cabra em 2000, eles conseguiram produzir os primeiros clones de primatas do mundo, além de cães superfortes gerados a partir da manipulação genética. No ano passado, um cientista chinês chocou o mundo ao anunciar que tinha criado os primeiros bebês geneticamente modificados do mundo.

As ambições da Sinogene vão além de cães e gatos. A empresa está clonando um cavalo, e Mi Jidong disse que o próximo grande objetivo é clonar espécies ameaçadas, como o panda e o tigre do sul da China.

Para os críticos, a clonagem de animais de estimação é uma prática desumana. Não se sabe ao certo o que vai ocorrer com os animais produzidos, nem o seu impacto ao se misturar com o material genético original da espécie. Eles dizem que o dinheiro seria melhor investido no cuidado com animais existentes.

Em seu primeiro encontro com o novo Garlic, em agosto, o dono descobriu que o processo de clonagem não resultou em uma cópia idêntica. Ao clone falta uma mancha de pelo escuro que o Garlic original tinha no queixo. A Sinogene disse que os clones podem apresentar diferenças na coloração dos pelos e dos olhos, e uma firma externa teria comprovado a correspondência do DNA dos dois felinos.

“Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei um pouco desapontado", disse empresário. “Mas também estou disposto a aceitar que, em certas situações, há limites para a capacidade da tecnologia.”

*Com informações The New York Times e tradução de Augusto Calil

 

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