GERAL

Doentes crônicos estão entre os que mais realizam automedicação

Todo medicamento possui dois efeitos, o benéfico, que é o objetivo a que se pretende com o seu uso, e o colateral

Publicado em 01/10/2017 às 18:14Atualizado em 16/12/2022 às 10:08
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 Reprodução

Todo medicamento possui dois efeitos, o benéfico, que é o objetivo a que se pretende com o seu uso, e o colateral

“De médico e louco todo mundo tem um pouco”, diz o ditado que se refere a um assunto preocupante no Brasil. Culturalmente, a população brasileira tem o hábito de se automedicar e, mais do que isso, de prescrever para outras pessoas medicamentos que foram bons para si. Para somar a essa cultura bem brasileira da automedicação, Dr. Google também tem seu papel nessa história. Quando um paciente chega ao consultório, em geral, já tem seu próprio diagnóstico, encontrado muitas vezes na internet.

O reumatologista Carmo de Freitas conta que, especialmente na sua área, é muito comum encontrar pacientes que se automedicam. “Muitos pacientes que têm doenças dadas como incuráveis acreditam que podem fazer uso de medicações por conta e risco. A pessoa usa e não sente nada, mas esquece que o medicamento possui uma indicação e várias contraindicações, como hemorragia, hipertensão, lesões hepáticas e renais, problemas sanguíneos, como alteração na coagulação. Quando o resultado aparece, muitas vezes já passou o momento em que seria possível fazer um tratamento”, alerta.

Um dos medicamentos mais utilizados por conta própria é o paracetamol. Indicado para o alívio temporário de dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados comuns, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, etc, ele pode acarretar sérios danos ao organismo se ingerido junto ao álcool. O medicamento alivia a dor de cabeça, mas, nesse caso, também envenena o fígado e os rins. “Paracetamol não é um medicamento simples do qual se pode fazer uso de qualquer maneira e sem nenhum controle clínico e laboratorial”, esclarece Carmo de Freitas.

O reumatologista lembra que todo medicamento tem dois efeitos: o benéfico, que é o objetivo a que se pretende com o seu uso, e o colateral. “Um medicamento específico para determinado problema pode acarretar outro. Pode ser excelente para uma pessoa e um veneno para sua irmã gêmea. Existem quantidades e periodicidades para administrá-lo. Portanto, seja qual for a finalidade, devemos ter em mente que são substâncias químicas, que em algum momento podem causar um efeito colateral”, conclui o médico.

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