SEGURANÇA

Tecnologia usa óculos para detectar nível de sono e fadiga em motoristas

Sistema, que emite alertas em até 20 minutos antes de o condutor cochilar ao volante, promete reduzir acidentes

O Tempo
Publicado em 09/06/2023 às 14:43Atualizado em 09/06/2023 às 14:43
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Sistema opera por meio de óculos equipados com um sensor e dois receptores, que são conectados a um tablet por cabo, ou via Bluetooth (Foto/Divulgação/ Optalert)

Sistema opera por meio de óculos equipados com um sensor e dois receptores, que são conectados a um tablet por cabo, ou via Bluetooth (Foto/Divulgação/ Optalert)

A privação de sono é um dos principais fatores causadores de acidentes de trânsito. A combinação entre direção e falta de descanso também é responsável por decisões erradas como ultrapassagens indevidas e velocidade acima do permitido. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 77% dos 15 mil acidentes ocorridos nos primeiros três meses deste ano, no Brasil, foram provocados por cochilo ao volante. Uma tecnologia, que usa óculos para detectar o nível de fadiga ou sono do motorista, promete reduzir essas estatísticas. 

O sistema de monitoramento foi desenvolvido pela Optalert, empresa australiana com atuação há alguns anos no Brasil. O dispositivo funciona como uma espécie de quantificador do sono. Os níveis de 0 a 10 servem para estabelecer em qual grau de sonolência o condutor se encontra, e em quanto tempo ele dormirá. O sensor emite alertas em até 20 minutos antes de o motorista cochilar. Quando o medidor atinge o nível 4.9, já é considerado que a pessoa ao volante está em estado crítico. 

A tecnologia é muito utilizada por empresas que têm trabalhadores comandando máquinas, veículos e equipamentos. Na prática, o sistema opera por meio de óculos equipados com um sensor e dois receptores, que são conectados a um tablet por cabo, ou via Bluetooth, interligados por wifi a uma sala de integração de uma empresa, por exemplo. A partir do monitoramento, o pessoal da operação pode intervir antes que o condutor caia no sono. 

A implantação alcançou resultados positivos em mineradoras do Brasil. Segundo a Usiminas, nas minas localizadas em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), registrou-se uma redução de 72% na frequência de alertas de sonolência gerados por operadores de caminhões fora de estrada. Em um ano de uso do sistema - de agosto de 2020 a agosto de 2021 - não houve acidentes causados por sono e fadiga entre os 114 motoristas.

A experiência positiva também foi identificada pela Vale, na mina de ferro de Carajás, localizada no Pará (PA). De acordo com a empresa, houve uma redução de 95% no risco de acidentes relacionados à fadiga, com caminhões usados em operações de alta complexidade. No estudo, os operadores foram monitorados por mais de 2.500 dias e mais de 2.3 milhões de horas trabalhadas.

De acordo com Sidnei Canhedo, gestor da Optalert, apesar de ser uma realidade mais presente em veículos e equipamentos ligados ao transporte de carga, a tecnologia deve chegar em breve para os carros comerciais. “A partir de 2024, todos os veículos lançados na Europa terão obrigatoriamente um esquema de detector de fadiga. Então, será só uma questão de tempo para isso também se tornar uma realidade no Brasil,” enfatiza. 

Fonte: O Tempo

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