Ao todo, 51 testemunhas foram ouvidas; fase inicial da ação penal contra Bolsonaro e ex-auxiliares por tentativa de golpe chega ao fim
O ministro Alexandre de Moraes (foto) conduz a reta final das oitivas no inquérito que investiga a cúpula da tentativa de golpe de 2022 (Foto: Fellipe Sampaio /STF)
BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) deve encerrar nesta segunda-feira (2) a fase de depoimentos das testemunhas indicadas na ação penal que apura o núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
A última oitiva será a do senador Rogério Marinho (PL-RN), convocado pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Anderson Torres.
A audiência com Marinho colocará fim à primeira etapa da Ação Penal (AP) 2668, que tem como réus o próprio Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do alto escalão do governo, entre eles os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno e o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
O grupo, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), teria liderado articulações para abolir, de forma violenta, o Estado democrático de direito.
Na tarde desta sexta-feira (30), o STF realizou a 12ª das 13 sessões previstas, ouvindo três testemunhas por videoconferência: o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, o coronel Renato de Lima França e o ex-assessor Jonathas Assunção Salvador Nery.
A audiência foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes e durou menos de 40 minutos. Participaram também os advogados dos réus e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Balanço das oitivas
Ao longo desta fase, o STF ouviu 51 testemunhas e recebeu duas declarações por escrito. Houve ainda a desistência de 28 nomes inicialmente indicados. As oitivas abrangem apenas o chamado “núcleo 1”, apontado como o coração da tentativa de ruptura institucional.
Os demais “núcleos” (2, 3 e 4), compostos por militares da ativa, empresários e agentes operacionais, ainda não têm datas definidas para depoimentos.
A denúncia contra os oito integrantes do núcleo principal foi aceita pelo STF em março deste ano. Eles respondem pelos crimes de:
tentativa de golpe de Estado,
tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
organização criminosa armada;
dano qualificado;
deterioração de patrimônio tombado.
No caso de Alexandre Ramagem, a investigação sobre sua conduta foi suspensa até o fim do mandato como deputado federal.
Fonte: O Tempo