CRISE FINANCEIRA

Correios têm prejuízo de R$ 1,72 bilhão no primeiro trimestre, cifra 115% maior do que em 2024

A crise nos Correios impactam o dia a dia nas agências, que enfrentam falta de materiais, e de empresas terceirizadas, que alegam falta de pagamento

O Tempo
Publicado em 02/06/2025 às 11:45
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Os Correios registraram um prejuízo de R$ 1,72 bilhão no primeiro semestre deste ano. A cifra mais do que dobrou – atingiu 115% - em relação ao mesmo período de 2024, quando as perdas foram de R$ 801 milhões. O resultado negativo foi divulgado em balanço da empresa na sexta-feira (30).

Este foi, de acordo a série histórica, o pior resultado para um primeiro trimestre desde 2017 (ano em que o balanço começou a ser divulgado). Os Correios não explicaram as causas para o desempenho, mas asseguraram a continuidade operacional para 2025. 

"A continuidade operacional dos Correios para o ano de 2025 está assegurada por uma série de fatores estratégicos e estruturais que fortalecem a sua posição no mercado e garantem a prestação de serviços essenciais à sociedade", declarou. 

O relatório aponta que apenas 15% das agências têm superávit, ou seja, geram lucro. Um dos impactos para a crise financeira foi a chamada “taxa das blusinhas”, ou seja, a cobrança de impostos de compras feitas em plataformas como Shein, Shopee e AliExpress.

A medida começou em agosto de 2024 a partir de projeto aprovado pelo Congresso Nacional com o apoio do governo federal. Além do imposto de importação, que vai para o caixa da União, o ICMS, direcionado aos Estado, passou a ser cobrado no valor final das compras nas plataformas.

Com a mudança, a perda passou pela redução de encomendas e pela logística de transporte, com transportadoras terceirizadas alegando falta de pagamento. A situação causa, entre outros problemas, suspensão de serviços, como entregas, e acúmulo de cargas nos centros de distribuição das encomendas.

Além disso, trabalhadores enfrentam situação de crise que afeta o funcionamento das agências, como a falta de insumos e materiais para o envio e recebimento de encomendas. 

“Recebo direto reclamações dos trabalhadores, faltando manga (papelão), durex e até envelope nos caixas para Sedex. Faltam empilhadeiras nos centros de distribuição de cargas”, relatou ao jornal O Globo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de São Paulo (Sintect-SP), Elias Divisa. 

No fim de semana, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu todos os voos dos Correios dedicados ao transporte de cargas. A decisão, que será aplicada a partir de quarta-feira (4), foi motivada por falhas na segurança. 

Serão suspensos os voos das empresas Total e Sideral Linhas Aéreas, que trabalham com cargas para os Correios. Em novembro de 2024, houve um incidente com um avião que fazia o trajeto de Vitória (ES) a Guarulhos (SP). A aeronave teve um incêndio durante o voo, oito minutos antes de aterrissar, e ficou danificada. Na ocasião, os dois tripulantes fizeram um pouso de emergência e saíram em segurança.  

As investigações apontaram que o avião transportava uma carga de baterias de íon de lítio, usadas em equipamentos eletrônicos e em veículos elétricos, por exemplo. O material contém um eletrólito líquido que, se for superaquecido, pode causar incêndio. Por isso, necessita de critérios de transporte, como restrição de volume e separação de outras cargas. 

Fonte: O Tempo

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