Homônimo responde a processos por crimes que não cometeu

Motorista autônomo de Governador Valadares, Ricardo Coelho responde a dois processos criminais na Comarca de Uberaba e um na Comarca de Belo Horizonte. Ambos por suposto envolvimento em roubos. Nos crimes cometidos em Uberaba, a Polícia Militar efetuou a prisão em flagrante de homem que se identificou com o mesmo nome através de documentos falsos. Agora, o verdadeiro Ricardo Coelho luta na Justiça para provar que não é criminoso.

O motorista conta que há alguns anos entrou na Justiça para passar a assinar o sobrenome do verdadeiro pai e para mudar inclusive a filiação em seus documentos. Após realização de teste de paternidade, Ricardo Tavares de Almeida passou a se chamar Ricardo Coelho. Por motivos ainda não revelados, o criminoso obteve acesso aos seus documentos antigos para cometer crimes nas duas cidades.

O criminoso, cuja identidade real é desconhecida, foi preso a primeira vez em novembro de 2010 após tentar roubar um caminhão de gás no Conjunto Cartafina. O processo para este caso aguarda deferimento do juiz em substituição da 3ª Vara Criminal de Uberaba, já que o promotor se manifestou favorável aos pedidos de vista feitos pela defesa do verdadeiro Ricardo Coelho. O defensor público Marcelo Tônus pediu a nulidade de audiência de investigação, do julgamento e de atos posteriores em que o real criminoso participou. O advogado pede ainda que se determine a realização de exame grafotécnico para comparar as assinaturas e análise das características físicas dos dois Ricardos.

Quanto ao processo referente a crime cometido em abril de 2011, o magistrado responsável pelo caso na 3ª Vara Criminal é a juíza substituta Andrea Luiza O. Dias Franco de Souza. Ela recebeu manifestação do promotor Laércio Conceição Lima pedindo vista dos autos. Consta no pedido que o denunciado qualificado nos autos utilizou documento falso, contendo dados pessoais de Ricardo Coelho. Por isso, o Ministério Público pede seja solicitado ao Delegado Regional da Polícia Civil o prontuário do acusado, com foto obtida no momento de uma das prisões, que seja realizado o reconhecimento pelos policiais militares que efetuaram a prisão e que seja realizada audiência com a esposa do real criminoso, identificada como E.C.F.O. O pedido de vista foi deferido pela juíza, que marcou a primeira audiência para 16 de fevereiro de 2012.