Sinara Teles interpreta a protagonista, que cai na estrada em busca de identidade (Foto/EMBAUBA/DIVULGAÇÃO)
O longa-metragem mineiro "Suçuarana" recebeu, na segunda-feira (30) os prêmios de melhor filme internacional e melhor direção no Festival de Cinema de Cuenca, no Equador. Há três semanas, a obra dirigida por Clarissa Campolina e Sérgio Borges já tinha levado para casa o troféu de melhor filme internacional no 34º Festival de Cinema de Innsbruck, na Áustria.
No sábado, "Suçuarana" ganhou uma exibição especial da 20ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, cidade histórica que recebeu parte das filmagens. A apresentação também contou com integrantes da Guarda de Moçambique, grupo cultural e religioso da região que integrou o elenco de apoio do longa, que acompanha uma mulher em busca de sua terra natal.
"Foi um prazer e uma alegria trabalhar com a Guarda, que forma um grupo muito importante na cidade, por sua atuação e seu legado cultural, espiritual e de resistência da cultura negra no nosso estado", assinala Borges, que faz sua primeira dobradinha com Clarissa, ambos fundadores do coletivo mineiro Teia, hoje desativado.
"Tivemos um longo processo de aproximação, de troca, de ensaios e alcançamos um resultado artístico maravilhoso e muito importante não só para a encenação, mas para dar forma à alma do filme e colaborar com o seu significado como um todo", afirma Borges, que elogia a preparação de elenco cuidadosa feita por Renan Rovida, Maria Tereza Urias e Djalma Correa.
Para ele, "Suçuarana" é uma singela reverência às comunidades negras e aos povos originários que resistem em comunidade, apesar de todos os obstáculos. "As tecnologias transmitidas por essas comunidades são essenciais para a sobrevivência humana no futuro em harmonia com a terra e os outros seres/', destaca o realizador.
Fonte: O Tempo