Segundo Marco Antônio Nogueira, muitas empresas tomaram dinheiro emprestado para financiar produção
Segundo o levantamento do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, a taxa de inadimplência das empresas subiu 19% em 2011, depois de recuar 3,7% em 2010. Entretanto, na comparação de dezembro do ano passado e de 2010, a inadimplência das empresas aumentou 23,7%.
Segundo o economista Marco Antonio Nogueira, a taxa de inadimplência, principalmente em São Paulo, o índice está em torno de 7% a 10%. Ele entende que é necessário ficar atento na concessão de créditos. “As financeiras estão aumentando as exigências do crédito, ou seja, as garantias do crédito, em função do aumento da inadimplência. Em parte, isso se deve ao endividamento das famílias. Estima-se que se a dívida comprometer de 25% a 30%, este é um índice perigoso”, explica, acrescentando que muitas empresas tomaram dinheiro emprestado para financiar as vendas e produção e os juros são altos. “Mas, como o consumidor está inadimplente, ele atrasa os pagamentos para as empresas e, com isso, elas não recebem. Para manter os negócios, eles também recorrem ao empréstimo”, explica a cadeia econômica.
Segundo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberaba, Fúlvio Ferreira, este é um crescimento alto e preocupante. “Principalmente para o governo, pois é grande o contingente de empresas que talvez necessitam pegar recursos externos. Se não tiver cuidado, pode vir à falência e, com isso, haver desempregos em alguns setores da economia”, observa.
Segundo a Serasa, no ano passado a inadimplência subiu em todas as modalidades de crédito analisadas. Nas dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), cresceu 28,3%; nas bancárias, 23%; nos cheques sem fundos, 12,8%, e nos protestos, 10,9%.