A coronel Jordana foi empossada no mais alto cargo dos bombeiros nesta terça (4) (Foto/Alex de Jesus/O Tempo)
Quem conhece a coronel Jordana Daldegan afirma que os traços mais marcantes da nova Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais são competência, compromisso profissional e bravura. "Ela não gosta de atrasos", disse uma pessoa envolvida na organização do evento da troca de posse do mais alto cargo da corporação, que estava previsto para 9h desta terça-feira (4 de fevereiro), mas, por alguma questão, começou com 28 minutos de atraso. Militares, chefes de corporações, líderes de entidades e autoridades governamentais estiveram presentes no evento.
É provável que muitos meninos tenham sonhado um dia em ser bombeiro, profissional que enfrenta perigos e que é visto como herói e amigo da sociedade, símbolo máximo da bravura, da força e demais adjetivos tipicamente associados ao gênero masculino. Talvez por isso, em 113 anos esta seja a primeira vez que uma mulher passará a chefiar as ações dos cerca de 5.940 militares em todo o Estado. A coronel Jordana é a segunda mulher de todo o país a ocupar tal posto.
"Hoje é o dia mais importante da minha carreira até aqui. Torno-me a primeira mulher a ocupar o cargo em 113 anos, isso reforça a importância e honra desta missão. Que mais mulheres possam trilhar esta jornada. Não é uma conquista pessoal, é uma esperança para todas nós", disse a nova comandante-geral durante a solenidade.
A escolha da coronel pelo governador do Estado, Romeu Zema (Novo), faz parte da política de reconhecimento do trabalho de mulheres na alta gestão do Estado. Além dela, apenas a delegada Letícia Gamboge, que está como chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, ocupava até então os mais altos cargos na segurança pública.
Após os cumprimentos aos presentes na cerimônia, o agora ex-comandante-geral Erlon Dias, que vai para a reserva da corporação, fez um discurso emocionado, agradecendo e homenageando familiares e a tropa que comandou por quatro anos. "Que mulher guerreira", disse em referência à sucessora.
25 anos de carreira
Atleticana fanática e apaixonada por carros — inclusive com alto conhecimento em mecânica — a carreira da coronel de 44 anos, esposa de militar e mãe de dois filhos, começou há 25 anos, no Curso de Formação de Oficiais (CFO) da academia. Na sequência, cursou Especialização em Administração Pública – Gestão de Pessoas, na Escola de Governo da Fundação João Pinheiro; Especialização em Gestão Estratégica e Políticas
Públicas, na Academia de Bombeiro Militar e Gestão de Recursos de Defesa, na Escola Superior de Guerra (ESG) do Ministério da Defesa.
A coronel Jordana já atuou como subcomandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar e ocupou os cargos de chefe da 5ª Seção do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros Militar, chefe de Gabinete do Corpo de Bombeiros e, mais recentemente, de Diretora de Assuntos Institucionais da corporação.
Ela também já chefiou a comunicação dos Bombeiros em eventos marcantes, como o rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, a morte da cantora Marília Mendonça, em 2021, e a queda de uma rocha que matou 10 pessoas em Capitólio, em 2022.
A escolha do cargo de Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros é feita pelo governador do Estado. Em média, o posto é trocado a cada dois anos.
Fonte: O Tempo.