TRAGÉDIA

Brumadinho: 5 anos após o rompimento da barragem, famílias clamam por justiça e responsabilização

Publicado em 25/01/2024 às 08:47Atualizado em 25/01/2024 às 08:56
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Até hoje, os corpos de três vítimas permanecem desaparecidos, e as buscas continuam, tendo sido interrompidas apenas duas vezes durante a pandemia (Foto/Reprodução)

Até hoje, os corpos de três vítimas permanecem desaparecidos, e as buscas continuam, tendo sido interrompidas apenas duas vezes durante a pandemia (Foto/Reprodução)

No dia 25 de janeiro de 2019, a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, testemunhou uma tragédia que deixou 272 mortos, incluindo dois bebês em gestação, após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, operada pela Vale. Até hoje, os corpos de três vítimas permanecem desaparecidos, e as buscas continuam, tendo sido interrompidas apenas duas vezes durante a pandemia.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, classificou o rompimento da barragem como o acidente de trabalho mais grave já ocorrido no Brasil, além de ser um dos maiores desastres ambientais relacionados à mineração no país. Paim, autor do pedido de audiência pública realizada em outubro passado sobre as violações decorrentes da tragédia, destaca a ausência de responsabilização pelos eventos que resultaram na devastadora perda de vidas.

O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho, Andresa Rodrigues, aponta como uma violação de direitos humanos a mudança da competência da Justiça Estadual para a Federal no processamento e julgamento dos casos criminais envolvendo executivos da Vale. Essa mudança, decidida pelo Supremo Tribunal Federal, é apontada por Andresa como um obstáculo que atrasa a responsabilização pelos culpados.

Andresa destaca que o processo criminal está em fase inicial, aguardando as defesas escritas dos acusados, e critica o prazo estendido pela Justiça Federal, que concedeu cem dias para tal, dez vezes mais do que o previsto no Código de Processo Penal. Ela ressalta que, devido a esse prazo, mais um aniversário da tragédia passará sem que o processo avance para a fase de audiências para oitiva das testemunhas.

Como mãe de uma das vítimas, Andresa reitera a gravidade do crime ocorrido em 2019 e destaca a participação da empresa alemã de inspeções e certificação, Tüv Süd. Ela cita depoimentos da CPI da Assembleia Estadual, nos quais consultores da Tüv Süd e da Vale reconhecem problemas na barragem e a falta de condições para contê-la.

Em Brumadinho, eventos têm ocorrido desde domingo para homenagear as vítimas, culminando em um ato em memória diante do letreiro da cidade na manhã do dia 25. 

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