A ação pede a anulação do ato de desistência da desapropriação do estádio Boulanger Pucci por parte da Prefeitura de Uberaba.
Foi protocolada na tarde de ontem, na 5ª Vara Cível de Uberaba, Ação Popular que pede a anulação do ato de desistência da desapropriação do estádio Boulanger Pucci por parte da Prefeitura Municipal de Uberaba. A ação, assinada pelo advogado Pedro Felício da Silva, pede ainda que sejam pagas indenizações no valor de R$4,4 milhões ao Município. Ele afirma que o objetivo é manter o espaço como de utilidade pública. O documento foi entregue nas mãos do juiz Timóteo Yagura com pedido de liminar para que o magistrado aprecie a ação antes de decidir sobre o ato de desistência.
De acordo com o advogado, a ação pede que a desapropriação seja mantida para que o estádio Boulanger Pucci tenha a finalidade inicialmente divulgada pelo próprio prefeito Anderson Adauto. Após ter sido arrematado em leilão, AA fez publicar no Porta-Voz de novembro de 2009 a declaração de que o estádio era de Utilidade Pública e no mesmo mês ajuizou ação de desapropriação, avaliando o espaço em cerca de R$4,5 milhões. O valor foi depositado pelo Município em favor do Uberaba Sport Club, RCG Engenharia e LS Guarato. Com isso, o bem passou a pertencer à população uberabense, devendo permanecer assim.
Na ação são citadas diversas reportagens publicadas no Jornal da Manhã ou veiculadas na Rádio JM referentes a entrevistas concedidas por AA, em que ele revelou ter interesse em desapropriar o espaço para evitar a especulação imobiliária por parte de construtoras da cidade e em, inclusive, emprestar o estádio ao USC. “E depois de Anderson Adauto induzir, manipular e/ou iludir a coletividade, e sobretudo o torcedor do Uberaba Sport Club, dizendo que salvaria o Boulanger Pucci, por se tratar de um patrimônio público da cidade, acabou, juntamente com o procurador-geral Sérgio Tiveron Juliano e Rodrigo Mateus, sendo este secretário de Governo, revogando o decreto expropriatório e requerendo a homologação da desistência da Ação de Desapropriação”, escreveu Pedro Felício.
Como cidadão uberabense, o advogado reafirma que a questão causou grande clamor social na cidade, o que exigiu a Ação Popular que pede ainda que AA, Sérgio Tiveron e Rodrigo Mateus sejam condenados a pagar indenização por danos morais e materiais ao Município de Uberaba, tendo em vista a imoralidade e lesividade do ato de declarar para depois revogar o Decreto Expropriatório. Ato que, segundo Pedro Felício, é lesivo ao cidadão uberabense que acreditou que a desapropriação iria salvar o patrimônio histórico da cidade quase centenário, e inclusive se transformar em um parque de lazer com memorial destinado à história do USC.