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Federação alemã é multada em caso de suspeita de corrupção por sede da Copa 2006

Processo, que levou cerca de 10 anos para ser concluído, investigava uma suposta 'compra de votos' de membros do Comitê Executivo da Fifa

Agência Estado
Publicado em 25/06/2025 às 09:57
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Troféu da Copa do Mundo (Foto/Paul Ellis/AFP)

Troféu da Copa do Mundo (Foto/Paul Ellis/AFP)

A Federação Alemã de Futebol foi condenada por evasão fiscal nesta quarta-feira (25) no caso judicial que começou com uma suspeita de corrupção no processo de escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2006. Na prática, a suspeita de compra de votos se tornou um caso de sonegação de impostos, gerando uma multa à entidade alemã.

A decisão desta quarta (25) encerrou um processo que durou cerca de 10 anos, motivado por alegações de que a Alemanha usou um fundo secreto para comprar votos de membros do então Comitê Executivo da Fifa para garantir a realização do torneio no país europeu.

Um tribunal regional de Frankfurt multou a federação, conhecida pela sigla alemã DFB, em 110 mil euros, cerca de R$ 702 mil ao fim de um julgamento de quase 16 meses, após o término do processo de investigação. Os promotores pressionavam por uma multa maior após acusarem a DFB de não pagar cerca de 2,7 milhões de euros em impostos relacionados ao pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa, em abril de 2005.

Esse pagamento liquidou um empréstimo que o alemão Franz Beckenbauer, chefe do comitê organizador da Copa do Mundo, havia contraído três anos antes junto a Robert Louis-Dreyfus, ex-executivo da Adidas e então coproprietário da agência de marketing Infront.

O dinheiro foi canalizado por meio de um escritório de advocacia suíço para uma empresa do Catar pertencente a Mohammed Bin Hammam, então membro do Comitê Executivo da Fifa. O objetivo exato do dinheiro nunca foi determinado.

Theo Zwanziger, que era presidente da DFB na época, disse à revista Spiegel em 2015 que "havia com certeza um fundo secreto na candidatura alemã à Copa do Mundo". Ele acusou seu sucessor, Wolfgang Niersbach, de mentir sobre o assunto. Ambos faziam parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2006.

A DFB ocultou o reembolso do empréstimo como uma contribuição para uma festa de abertura da Copa do Mundo que acabou não acontecendo. E teria declarado falsamente o gasto como despesa comercial um ano depois.

Zwanziger, Niersbach e o secretário-geral da DFB, Horst R. Schmidt, foram inicialmente acusados no julgamento. O processo contra os três, que negaram as acusações de evasão fiscal, acabou sendo arquivado após o pagamento de multas.

"O tribunal está certo, sem dúvida, de que a DFB sonegou impostos e que os envolvidos toleraram isso", disse a juíza Eva-Marie Distler na quarta-feira, em comentários divulgados pela agência de notícias DPA. A DFB foi inicialmente multada em 130 mil euros, mas 20 mil euros foram dispensados devido a "atrasos processuais" no caso. A DFB tem uma semana para recorrer da decisão.

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