Após 122 dias paralisados, os servidores da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) voltaram ao trabalho
Após 122 dias paralisados, os servidores da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) voltaram ao trabalho depois de assinar acordo com o secretário da Fazenda de Minas Gerais, José Afonso Bicalho Beltrão da Silva. Durante a greve, os serviços funcionaram em escala de 30%. De acordo com informações da Associação dos Servidores da Jucemg (Asjuc), durante esse período, mais de 25 mil processos ficaram parados.
Embora empresários de todo o Estado estivessem enfrentando dificuldades para abrir ou fechar uma empresa, fazer alteração contratual ou solicitar simples certidões em Minas Gerais, e o Estado tenha deixado de arrecadar impostos e tributos de cada empresa não aberta, os servidores também saíram perdendo. É o que afirma a presidente da Asjuc, Alessandra Araújo.
Segundo Alessandra, a greve somente terminou com a intervenção do governador Fernando Pimentel, que se comprometeu em dialogar com a categoria com a presença do secretário da Fazenda. Já a administração somente chamou os servidores para conversar após mais de três meses de paralisação. “E, apesar de várias reuniões internas com o presidente da Jucemg e seus diretores, não foi possível chegar a um acordo”, frisa.
A greve da Jucemg começou em 28 de agosto e, em encontro com o secretário José Afonso Bicalho, os servidores conseguiram ter algumas de suas reivindicações atendidas, entre elas a definição de uma agenda de trabalho para elaborar estudos e implementar o plano de carreira dos servidores. O grupo terá 90 dias para concluir a proposta. “Também será instituída uma comissão para definir critérios de regularização dos trabalhos e para o pagamento dos dias parados”, explica Alessandra Araújo.
O secretário autorizou melhorias na ajuda de custo e que a comissão, formada por representantes das duas partes, também se reúna para analisar a possibilidade de atender outras reinvindicações, como a implementação do crédito de assiduidade, fim de desvio de função e de nepotismo e marcação de ponto dos servidores. “Durante os 120 dias de paralisação, os servidores foram duramente penalizados com cortes de salários, mas ficou um saldo positivo, porque a categoria teve a pauta de reivindicações atendida, o que vai minimizar 12 anos sem concessão de reajustes e quatro anos sem concessão da data base”, avalia a presidente da Ajusc.