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Aproximadamente 30 artesãos de Uberaba participaram de mutirão para solicitarem a Carteira Nacional do Artesão. A carteira regulamenta a profissão e reconhece o trabalho dos artesãos e trabalhadores manuais, garantindo vários benefícios, como: participação em capacitações e feiras de artesanato nacionais e internacionais; incentivos fiscais, como a isenção de ICMS na comercialização de produtos, e facilidade para acesso ao microcrédito.
Por meio da Carteira, é possível coletar informações necessárias à implantação de políticas públicas e ao planejamento de ações para fomentar o setor.
A artesã Luana Marcolino foi uma das participantes do mutirão e realizou o cadastro para receber o documento que deve ser recebido em até dois meses. Ela produz objetos decorativos com bagaço de cana e levou peças prontas para serem avaliadas, além de ter participado de uma prova de habilidade. “Faço artesanato desde a adolescência, mas não sabia que poderia ter a carteirinha e me profissionalizar. Era só um hobby, mas o registro irá me permitir participar de feiras, aumentar as vendas e adquirir ainda mais conhecimento”, conta.
O setor de artesanato movimenta, aproximadamente, R$50 bilhões por ano no Brasil e envolve cerca de dez milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade contribui com 3% do PIB brasileiro e está em 67% dos municípios do país, sendo uma importante fonte de geração de renda e inclusão social. Em Uberaba, cerca de 500 pequenos negócios possuem atividades ligadas à fabricação artesanal de produtos diversos.
O Sebrae Minas, em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, está lançando o programa Feito à Mão.
A iniciativa faz parte do convênio firmado entre a Prefeitura e o Sebrae Minas para promover o desenvolvimento do Geoparque Uberaba e reconhece a necessidade de uma abordagem diferenciada para artesãos que produzem de forma manual, uma vez que as características e as conexões desse público com o mercado se diferem do artesanato tradicional. As ações têm como objetivo transformar habilidades em empreendimentos artesanais, fortalecendo a identidade cultural da região, impulsionando a economia criativa e atraindo renda para os artesãos.
Por meio de oficinas e consultorias especializadas em design, o programa vai ajudar a consolidar os produtos dos artesãos de Uberaba, no Geoparque. Esses profissionais terão apoio para desenvolver novas coleções, organizar e expandir a produção e apresentar os produtos para o mercado. Ao fim do programa, será lançado um catálogo com as peças produzidas, que ainda receberão o selo do Geoparque.
“Mais do que fomentar o empreendedorismo artesanal, o ‘Feito à Mão’ propõe uma estratégia de desenvolvimento territorial. Acreditamos que o artesanato tem um papel importante para diversificar a economia local, porque, além de gerar renda para os artesãos, valoriza a identidade cultural da região e fortalece o turismo, atraindo visitantes em busca de experiências autênticas”, afirma o analista do Sebrae Minas Marcius Mendes.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Uberaba, Celso Neto, destaca que o programa vai além da capacitação técnica. “Estamos promovendo a formação dos artesãos para que possam melhorar o seu produto e seu modelo de negócio, consequentemente, proporcionando uma vida melhor para suas famílias. Além disso, o ‘Feito à Mão’ valoriza o potencial do Geoparque e aumenta o engajamento da população, sendo também uma nova fonte de renda para essas pessoas”, destaca.