CIDADE

Espécie de ave presente em Uberaba e ameaçada de extinção vira alvo de pesquisa

Povoamento de espécie pode fomentar turismo local

Rafaella Massa
Publicado em 17/11/2022 às 14:51Atualizado em 15/12/2022 às 23:17
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Foto/Silvia Faustino Linhares

O projeto de estudo do Hydropsalis candicans, popularmente conhecido como bracurau-do-rabo-branco, deve ter início ainda em janeiro de 2023, segundo o diretor de Sustentabilidade da Associação de Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá), Gustavo Malacco. O projeto “Onde está o bacurau?” busca dimensionar o tamanho da população, além de encontrar dentro das localidades onde a espécie já foi vista, outros campos em que ela possa estar, por todo o Triângulo Mineiro.

A instituição deve elaborar um plano de conservação de espécie que promete ser importante, inclusive, para dimensionar a sustentabilidade das atividades econômicas existentes no local. “Nós podemos conversar com os órgãos ambientais, com os produtores rurais e todo mundo que está alí nesse território para a ter um plano de ação de conservação da espécie. A sobrevivência dessa espécie e o aumento da população vai dizer aos produtores rurais, às indústrias, que as atividades econômicas estão sendo feitas de forma correta”, afirma Gustavo.

A existência do bacurau-do-rabo-branco também é um investimento para o turismo local. Segundo o diretor da Angá, Uberaba é o local de mais fácil acesso do Brasil para a observação da ave, que tem um mercado forte ao redor do mundo. “Quando eu falo fácil, eu quero dizer a questão da facilidade no acesso ao local e pela facilidade para os observadores terem uma chance de observar essa ave. Tem todo um mercado em que as pessoas viajam o mundo para observar aves. Mensalmente a gente tem pessoas que viajam e vão até a região com guias para observar aves”, explica.

Ainda é aguardada a liberação do recurso de R$260.060,00 para a organização. Deve ocorrer, em seguida, as tratativas de contratação da associação, de forma que o projeto possa ter início em janeiro de 2023, com duração de 18 meses e podendo acontecer até o meio do ano de 2024. “É importante a gente pegar todo o ciclo reprodutivo da espécie na estação chuvosa, que é quando está mais propícia para detecção, então nós vamos pegar agora no meio e depois pegar mais uma estação reprodutiva”, conta Gustavo.

O bacurau-do-rabo-branco é uma ave noturna que era apenas encontrada, no Brasil, apenas no Parque Nacional das Emas, localizado na divisa entre Goiás e Mato Grosso do Sul. Além desse local, a espécie só podia ser encontrada em outros três lugares no mundo, distribuídos entre o Paraguai e a Bolívia, em populações muito pequenas. Em 2017, descobriu-se o primeiro registro dessa espécie em Uberaba nas nascentes do Rio Claro e Uberabinha. É uma espécie ameaçada de extinção tanto em nível global, quanto em nível nacional.

“Para aumentar a população, a medida mais efetiva é a preservação e manejo dos ambientes. Essa pesquisa vai mostrar o estado, mas para saber se está diminuindo ou aumentando é a partir do monitoramento, mas no plano de ação tem todas as medidas para aumentar a população, que inclui a preservação dos ambientes”, analisa Gustavo.

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