Os dois relatos fazem parte do fundo documental “BR DFANBSB ARX – Objeto Voador Não Identificado”, acessível pelo Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian), mediante login com conta Gov.br
Poucos assuntos despertam tanto fascínio, especulação e curiosidade quanto os relatos de Objetos Voadores Não Identificados, o OVNI's. Sempre que um novo documento é revelado, reacende-se o mistério: o que, afinal, foi visto nos céus? E claro, como não poderia deixar de ser, Uberaba também tem sua parcela nessa história enigmática. Dois registros envolvendo a cidade foram recentemente divulgados pelo Arquivo Nacional, como parte de uma coleção digital que reúne quase 900 casos de avistamentos no Brasil. Os episódios aconteceram em 1986 e em 2023, ambos protagonizados por pilotos de voos comerciais em pleno espaço aéreo mineiro, e agora fazem parte de um acervo público que tem intrigado pesquisadores e curiosos de todo o país.
Em agosto de 1986, os céus de Uberaba se tornaram palco de relatos intrigantes envolvendo OVNI's. Pilotos de ao menos duas aeronaves, uma em rota de Goiás para São Paulo (PT-EFC) e outra de Brasília para Ribeirão Preto (TF 585), informaram ao controle de tráfego aéreo a presença de um objeto luminoso, de grandes proporções, que se deslocava sem sinais visíveis de propulsão e emitia feixes de luz intermitentes. O primeiro avistamento foi registrado às 22h35, quando o PT-EFC relatou ter visto uma luz intensa cerca de 10 milhas náuticas e mil pés acima de sua posição. Mais tarde, às 23h48, ao sobrevoar Uberaba a 8 mil pés de altitude, o TF 585 afirmou estar sendo seguido por uma luz intensa que mudava de posição verticalmente. O controle de aproximação de Uberaba (APP-UR), diante da sequência de relatos, acionou o Cindacta e a Defesa Aérea. Minutos depois, o objeto desapareceu no horizonte, mudando de cor de branca para alaranjada conforme descrito no documento.
Outro registro impressionante da mesma época partiu do voo PT-JTZ, em rota para o estado do Rio de Janeiro, com previsão de entrada no espaço aéreo de Uberaba às 22h56. O piloto informou ter perdido contato com o Centro de Controle de Brasília (ACC-BS) e relatou a presença de um objeto redondo, branco, de grande tamanho e intensidade luminosa, que emitia feixes de luz em sua direção. Embora o fenômeno descrito, região coincidam e constarem no mesmo documento, não está claro se esse avistamento ocorreu exatamente na mesma noite dos outros dois avistamentos. Ainda assim, os registros reforçam o mistério que pairou sobre os céus do Triângulo Mineiro naquele agosto de 1986.
Décadas depois, um novo caso envolvendo os céus de Uberaba voltou a intrigar autoridades. Na madrugada de 2 de maio de 2023, por volta das 3h50, a tripulação do voo AZU 4341, da Azul Linhas Aéreas, avistou dois objetos não identificados entre Uberaba, Uberlândia e Araxá. O avião voava a 34 mil pés (cerca de 10,3 mil metros) quando os tripulantes observaram os objetos realizando manobras incomuns, subidas, descidas e deslocamentos laterais em silêncio absoluto.
Segundo a ficha oficial do Comando da Aeronáutica, os objetos tinham coloração branca com luzes que variavam de intensidade. Apesar de não conseguirem definir o formato, os pilotos afirmaram que os movimentos observados não eram compatíveis com aeronaves convencionais. Um vídeo curto foi registrado (mas não disponibilizado), e a altitude máxima estimada foi de 39 mil pés. Até o momento, não há explicação formal para o episódio.
Os dois relatos agora fazem parte do fundo documental “BR DFANBSB ARX – Objeto Voador Não Identificado”, acessível pelo Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), mediante login com conta Gov.br. A nova divulgação pública da coletânea estava originalmente programada para o dia 13 de junho de 2025, mas foi antecipada de surpresa pelo órgão, pegando até especialistas desprevenidos.
É importante ressaltar que os documentos disponíveis não representam uma validação oficial dos fenômenos relatados. O Arquivo Nacional afirma que os casos são compilados a partir de relatos não avaliados, muitos dos quais podem ter explicações convencionais. Ainda assim, registros como os de Uberaba continuam alimentando a imaginação , e quem sabe, um dia, também revelem respostas.