Em meio às denúncias envolvendo maus-tratos a menores, decreto publicado quarta-feira no Porta-Voz exonera quatro assessores especializados do Centro de Atendimento e Reeducação de Adolescentes e Menores Infratores (Caresami). A publicação atinge Gustavo dos Reis Lacerda, José Palhares de Oliveira Neto, Virson Rodrigues da Silva e Sérgio Henrique da Silva.
Um dos exonerados, ouvido pela reportagem do Jornal da Manhã, adianta que pretende entrar com um processo judicial contra a Prefeitura de Uberaba. Segundo Sérgio Henrique, a exoneração está relacionada a acusações de assédio sexual contra menores, o qual ele não teria cometido. “As acusações estão sendo feitas contra mim e outros três agentes e não são verdadeiras. Minha consciência está tranquila. Vou entrar na Justiça para tomar as medidas cabíveis. Eles têm que colocar outras pessoas lá dentro, sem ligação com o Caresami, para ouvir os adolescentes. Estas acusações estão vindo de outros agentes”, defende.
Por outro lado, durante o período em que trabalhou no Caresami, o ex-agente confirma várias condutas irregulares praticadas contra menores por “educadores” comandados pelo diretor de segurança, Wilson Junior. “Existiam mais maus-tratos. Mas, a partir do momento em que os agentes estavam deixando marcas nos adolescentes, mudaram o esquema. Qualquer coisa errada feita pelos adolescentes, eles vão para o ‘pacote’, que é algemá-los para trás pelas mãos e pés. E eles ficam nesta posição por dez até quinze minutos”, diz.
Secretária Maria Thereza Rodrigues da Cunha não confirma que as exonerações são decorrentes de acusações de assédio sexual. Segundo ela, os agentes foram exonerados na semana passada por mau comportamento exercido dentro da instituição. “Eles sabem muito bem os motivos que os levaram a ser exonerados. Eles foram exonerados porque o comportamento deles, em determinada situação, não foi compatível com a de um educador”, coloca.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de as fotos dos menores encaminhadas à imprensa serem uma forma de "vingança" dos agentes recém-exonerados contra a instituição, Tetê desconversa. “É difícil eu afirmar uma coisa desta, mas realmente existe uma proximidade muito grande com os fatos”, avalia.