POLÍTICA

Promotoria recomenda Prefeitura a cumprir o piso do magistério

No entendimento do Ministério Público, a adoção de verba complementar para atingir o valor do piso é prática irregular

Gisele Barcelos
Publicado em 18/12/2018 às 06:06Atualizado em 17/12/2022 às 16:33
Compartilhar

Jairo Chagas

Promotor João Vicente Davina diz que a recomendação é uma forma de resolução extrajudicial para se evitar a judicialização da demanda

Ministério Público encaminha recomendação à Prefeitura e solicita adequações no pagamento de professores para cumprir Lei do Piso Nacional do Magistério. Promotoria deu prazo de 60 dias para que o município faça as adequações. 

Atualmente, o salário dos educadores no início de carreira é somado a uma verba complementar para atingir o valor do piso nacional do magistério, mas a estratégia foi considerada irregular no despacho do promotor João Vicente Davina.

Na recomendação, o representante do Ministério Público manifestou que é necessária urgente adequação para cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério, sob pena de responsabilizar o gestor municipal por descumprimento da legislação federal. Com isso, foi dado o prazo de 60 dias para que sejam feitas as adequações ao pagamento correto do piso da categoria.

Para a promotoria, a recomendação é uma forma de resolução extrajudicial para se evitar a judicialização da demanda, com a responsabilização do gestor. O Ministério Público também solicitou no documento os informes das medidas tomadas para o cumprimento da lei.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informa que recebeu a recomendação do Ministério Público, mas ainda não tem definições sobre o que será feito porque existe um prazo de 60 dias para resposta. Conforme o texto, “as equipes responsáveis farão estudos detalhados sobre o assunto e tomarão as providências cabíveis, considerando questões como o impacto financeiro”.

Entenda. A recomendação é fruto de um questionamento feito pelo Sindemu (Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba), que foi transformada em no inquérito civil e a 15ª Promotoria de Justiça de Minas Gerais confirmou a reclamação dos sindicalistas.

Segundo análise do Ministério Público, desde 2016 o piso da educação do município está abaixo do piso nacional. O despacho aponta que a própria Prefeitura comprovou a defasagem ao apresentar planilha com os valores. Considerando a proporcionalidade, o hora-aula do piso deveria ser R$10,64, mas a municipalidade pagava apenas R$10,28. Os demonstrativos de pagamento mostram que no início da carreira os educadores recebem um acional denominado "Vencimento complementar ao Piso Nacional do Magistério".

Na defesa, o município alegou que o Descanso Semanal Remunerado (DSR) e os benefícios da carreira somavam o valor do piso. Mas a Promotoria respondeu que essa argumentação já foi julgada improcedente pelo STF em 2011 e, desde então, ao piso não podem ser aplicadas vantagens de qualquer espécie.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por