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PCMG desarticula grupo investigado por pirâmide financeira

As transações bancárias durante o período chegaram a R$ 27 milhões

Publicado em 10/03/2020 às 17:56Atualizado em 18/12/2022 às 04:50
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Dez investigados foram presos, 16 veículos apreendidos e bloqueios de diversas contas e cartões bancários, após investigações da Polícia Civil (PC), que monitorava uma organização suspeita de esquema ilegal de pirâmide financeira em Uberlândia. A operação Imhotep investiga o esquema fraudulento na área de investimentos por meio da Axetrader, empresa atuante no mercado financeiro. O chefe da organização criminosa já havia sido preso pela PC na última sexta-feira (6), em uma chácara da região.

Segundo informações divulgadas pela polícia, os integrantes praticaram crimes contra as relações de consumo, de estelionato e lavagem de dinheiro em pouco mais de um ano e oito meses de operações, entre o início de 2018 e agosto de 2019. As transações bancárias durante o período chegaram a R$ 27 milhões, incluindo recebimentos, pagamentos e aquisições de bens e valores.

O esquema consistia na oferta de cursos que ensinavam pessoas a trabalhar em operações de day-trade, uma modalidade de negociação utilizada em mercados financeiros, principalmente em bolsas de valores. O objetivo da prática era obter grandes lucros por meio da compra e venda ou venda e recompra de um mesmo ativo financeiro, incluindo ações, derivativos, commodities ou moedas em um único dia. A ação geralmente é feita por um mesmo especulador ou por meio da mesma sociedade corretora.

As pessoas interessadas no curso entravam na empresa com altos valores e até mesmo bens. Segundo a PC, vários indivíduos chegaram a vender casas e carros para investirem no mercado financeiro. O líder da organização criminosa prometia lucros de até 30% sobre o capital aplicado nas transações.

DESARTICULAÇÃO DO ESQUEMA

O delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito, afirmou que o esquema ruiu devido ao alto padrão de vida dos membros da empresa. Segundo ele, no momento que os novos investidores entravam nas empresas, os estelionatários utilizavam o capital aplicado para pagar o dinheiro prometido aos antigos investidores. Assim, o crime da pirâmide não se sustentou, uma vez que o negócio se torna insustentável, onde apenas um pequeno grupo envolvido acaba de fato se enriquecendo.

As ações criminosas chegaram ao fim em agosto de 2018, quando o Banco Central (BC) bloqueou as transações da empresa. O líder, de acordo com os investidores, desapareceu e não respondia mensagens ou atendia ligações. Até o momento, a Polícia Civil ouviu relatos de 70 vítimas.

Por outro lado, os delegados afirmaram que as vítimas precisarão ser ouvidas para provarem as origens dos valores investidos e a licitude do dinheiro. Ainda segundo a polícia, algumas vítimas podem ser enquadradas como sujeitos passivos de crime e suas participações em atos ilícitos.

ORIENTAÇÃO

Azevedo pede atenção à população que deseja entrar no ramo de investimentos em mercados financeiros. Segundo ele, é importante fazer um levantamento sobre a empresa e se ela é autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CMV) e pelo Banco Central. 

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