Ministério Público Federal (MPF) investiga suposto desvio de dinheiro doado ao Instituto Chico Xavier. A representação chegou ao órgão através do filho adotivo do médium, Eurípedes Higino, com objetivo de apurar a aplicação dos recursos levantados pelo instituto. O dinheiro teria sido arrecadado para contribuir com a construção do Memorial Chico Xavier, na Mata do Carrinho. O órgão também investiga o uso indevido do nome do médium para fins lucrativos e comerciais, sem a autorização de quem detém o acervo e esse nome “Chico Xavier”. As investigações estão sendo conduzidas pelo procurador da República, Thales Messias Pires Cardoso.
O memorial está sendo erguido com recursos oriundos do Ministério do Turismo, tendo ainda a contrapartida da Prefeitura de Uberaba. No total foram destinados R$5 milhões para as obras, que já estão praticamente concluídas.
Em contato com a reportagem do Jornal da Manhã, o presidente do Instituto Chico Xavier, Adalberto Pagliaro Júnior, nega todas as denúncias, afirmando que os recursos destinados ao memorial sequer passaram pelo Instituto Chico Xavier. Segundo ele, o instituto não tem fins lucrativos e não recebe verbas públicas por ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). “Uma Oscip pode firmar convênios com o poder público, mas não tem meio legal para receber recursos públicos”, informa. Ele também diz que, desde que assumiu a presidência, não houve nenhum tipo de doação de empresa privada. Além disso, o presidente informa que o instituto não comercializa nada por não ter fins lucrativos. Inclusive, o presidente já levou estas informações ao MPF.
Para ele, a atual preocupação é quanto à locação e gestão do memorial, que está praticamente concluído. Para ele, a Prefeitura não pode gerir a estrutura sozinha e o próprio instituto não tem recursos para custear o funcionamento da estrutura. “É preciso autonomia financeira na administração”, diz.
A reportagem tentou ouvir o filho do médium, mas não conseguiu contato.