Volta ou não volta?

Meus Deus, que dúvida atroz! Afinal, as crianças devem ou não voltar à escola.em 2020? Conta a história que 1918 foi um ano perdido devido à Gripe Espanhola. Perdemos o presidente da República eleito Rodrigues Alves e o medo da gripe era tanto, que até os coveiros sumiram dos cemitérios. Cidadãos sem treinamento, assim como eu, eram convocados para enterrar corpos nos cemitérios. As crianças, sem aula no período, foram para.1919.automaticamente.como.se.tivessem.sido.aprovadas,.porém, na verdade,.repetiram.suas.séries.

Passados cento e dois anos, podemos concluir que não aprendemos conviver com pandemias, embora elas tenham se abatido sobre a humanidade ao longo da sua existência.

Temos visto a preocupação maternal das autoridades do ensino quanto à volta das crianças às escolas nesse final de ano que, para muitos, não existiu. Não me agrada falar assim porque mesmo vivendo tristezas sequenciadas, conseguimos ter momentos de alegria. Perdi 14 amigos para a Covid-19 e só me recordo deles com os seus sorrisos e boas ações.

É dura a luta das autoridades do ensino quanto à decisão de voltarem ou não, as crianças às escolas. Diante do elenco de informações desencontradas o drama se instalou e a responsabilidade é imensa. 

Deparei-me nas redes sociais com o médico Alessandro Loiola, especialista em emergências respiratórias no litoral norte de São Paulo. Ele defende a volta das crianças às escolas e pontua: “Simplesmente não faz sentido fechar escolas. Se a criança na escola vai levar o vírus para casa;              policiais, médicos, enfermeiros, porteiros, motoristas de ônibus, taxistas, pedreiros, balconistas, lixeiros, funcionários de cartórios, lotéricos, mecânicos, frentistas, atendentes, lojistas, motoboys, seguranças, cozinheiros, técnicos de laboratórios, faxineiros, operários, operadores de máquinas, montadores de automóveis, farmacêuticos, cinegrafistas, radialistas, salva-vidas, aeromoças, pilotos, comissários de bordo, camelôs, socorristas do Samu, jornalistas e familiares que visitam pacientes internados, nenhum desses tem o risco de levar a porcaria do vírus para casa; só a criança na bendita da escola”.

E a dúvida continua: volta ou não volta a criançada para a escola?