Vivendo com sabedoria

Observando as pessoas com as quais convivo e tantas outras que a cada dia vou conhecendo, me encanto com a leveza de alma das sábias e otimistas e me entristeço com tantas outras que são pessimistas e revoltadas, porque esta condição de pensamentos sombrios em que se encontram não lhes deixa vislumbrarem quaisquer soluções para os seus problemas.

Saiba que você é completamente livre para escolher qual será o seu estado mental e emocional, desde a hora do seu despertar até o final de cada dia. Você pode escolher reclamar dos obstáculos e aborrecimentos alheios – e vê-los se avolumarem a cada reclamação –, ou você pode agradecer a Deus pelos testes da vida que o desafiam a amadurecer e a se tornar uma pessoa melhor. Como sempre digo, quem agradece sempre tem mais motivos para agradecer...

Eu vejo essas escolhas a que somos submetidos como uma questão de sabedoria. Chegou a hora de parar de complicar a sua vida; afinal, você quer viver “dando murros em ponta de faca” ou quer viver sua existência de forma mais lúcida e positiva? A sabedoria consiste exatamente em você assumir as suas limitações e, ao invés de se rebelar ou desistir, começar a agir no sentido de se corrigir e se melhorar.

Por isso, em nome de uma vida mais feliz e realizada, aprimore sua sabedoria, exercitando a humildade de solicitar a opinião dos outros e ouvir e aprender com a experiência dos mais vividos. É essa sabedoria que faz com que você não perca tempo na vida, insistindo em caminhos sem volta, e que vai transformá-lo em uma pessoa muito mais iluminada e querida por todos. Veja bem: só depende de você tomar o controle da sua vida e se responsabilizar pela sua evolução!

Complemento essa breve reflexão com este conto, de autor desconhecid “O abade Abraão soube que perto do mosteiro de Sceta havia um sábio e, muito curioso em entender a verdadeira sabedoria, foi procurá-lo e perguntou: ‘Se hoje você encontrasse uma bela mulher em sua cama, conseguiria pensar que não era uma mulher?’ ‘Não’, respondeu o eremita. ‘Mas conseguiria me controlar’. O abade continuou: ‘E se descobrisse moedas de ouro no deserto, conseguiria ver este ouro como se fossem pedras?’ ‘Não. Mas conseguiria me controlar para deixá-lo onde estava’. ‘E se você fosse procurado por dois irmãos, um que o odeia, e outro que o ama, conseguiria achar que os dois são iguais?’ Com tranquilidade, o sábio respondeu: ‘Mesmo sofrendo, eu trataria o que me odeia da mesma maneira que o que me ama’. Naquela noite, ao voltar para o mosteiro de Sceta, Abraão falou aos seus noviços: ‘Vou lhes explicar, agora, o que é um sábio. É aquele que, em vez de matar as suas paixões, consegue controlá-las’.

(*) palestrante; apresentadora de TV e rádio e autora de livros motivacionais

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