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Vitamina D e o controle de infecções

Na última semana, discutimos sobre o grande potencial da Vitamina D como facilitadora da absorção de cálcio pelo organismo, promovendo, assim, a manutenção e, até mesmo, o aumento da densidade óssea.

Dr. José Fábio Lana
Publicado em 10/05/2011 às 09:51Atualizado em 20/12/2022 às 00:22
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Por Dr. José Fábio Lana (*)

Na última semana, discutimos sobre o grande potencial da Vitamina D como facilitadora da absorção de cálcio pelo organismo, promovendo, assim, a manutenção e, até mesmo, o aumento da densidade óssea. Esta função permite prevenir o corpo de doenças como osteoporose, osteopenia, o raquitismo, dentre outras. Mas quem pensa que o poder de ação da Vitamina D limita-se aí, engana-se. Conforme veremos neste artigo, este nutriente também exerce um papel especial na modulação da função imunológica do nosso organismo, ajudando-nos na defesa contra várias doenças.

Em uma publicação da Fundação de Pesquisa Americana Life Extension, de janeiro de 2010, o pesquisador Willian Faloon fez uma investigação completa sobre as funções biológicas da Vitamina D e, através do resultado de testes com um grande grupo de pacientes (13 mil pacientes, todos eles membros de uma Fundação de Pesquisa Americana – Life Extension), constatou que a carência deste nutriente está ligada a quase todas as desordens de nosso organismo relacionadas ao aumento da idade, ainda incluindo o câncer, doenças vasculares, inflamações crônicas e doenças respiratórias. Na mesma pesquisa foram encontrados cerca de 80% dos pacientes com um quadro de insuficiência e deficiência da Vitamina D.

Para começar, em uma pesquisa realizada durante o inverno foi verificado que a maioria das pessoas analisadas que sofriam doenças respiratórias apresentava insuficiência da Vitamina D e, comparando-se os dados, chegou-se à conclusão de que as crianças que possuem baixas dosagens desta vitamina no corpo estão onze vezes mais propensas a sofrer infecções do trato respiratório superior, decorrentes da mudança climática, do que aquelas que apresentam níveis adequados deste nutriente. Para comprovar esta hipótese, foram administrados 60.000 UI de Vitamina D por semana nas crianças que apresentavam doenças respiratórias e o resultado foi o completo desaparecimento de qualquer sintoma por um período de seis meses. Em outra pesquisa, realizada com mulheres africanas, uma dosagem de 800 UI de Vitamina D já foi suficiente para uma redução de até três vezes dos sintomas de gripes e resfriados.

Tudo isto acontece porque a Vitamina D tem a ação de regular a expressão das células destrutivas, chamadas citocinas pró-inflamatórias, que aparecem em nosso organismo com o aumento da idade. Estas células costumam provocar inflamações crônicas de nível mais baixo, como problemas nas artérias, articulações e neurônios. Desta forma, a ingestão de Vitamina D é altamente recomendada para conter a evolução desses males, bem como para ajudar na eliminação de qualquer outro sintoma inflamatório, seja na infância ou na fase adulta.

Todos nós precisamos ter uma dosagem mínima de Vitamina D (também classificada como 25-hidroxivitamina D) no sangue. E, de acordo com pesquisas recentes, o ideal mesmo é que este nível esteja em torno de 50 ng/ml. Em publicação recente do Dr. John Cannell, Presidente do Conselho Mundial de Estudos sobre a Vitamina D, um grupo sem fins lucrativos que prega o aumento da ingestão de Vitamina D, a dosagem diária deste nutriente por um adulto deveria estar entre 4.600 e 10.000 UI, sendo que foi constatado que a suplementação em um dia de 10.000 UI de Vitamina D não é tóxica.

Muitos buscam esta ingestão através de suplementos, mas vale aqui uma ressalva muito importante: normalmente, os suplementos contêm uma combinação de várias vitaminas e o excesso da Vitamina A pré-formada pode antagonizar a ação benéfica da Vitamina D no corpo. Portanto, o ideal é que se adquiram suplementos com dosagem maior de Vitamina D e quantidade reduzida da Vitamina A pré-formada, uma vez que a quantidade mínima diária de Vitamina D recomendada (5.000 UI a 10.000 UI) é bem maior, se comparada à da Vitamina A (500 UI a 1.000 UI).

Apesar de falarmos sobre os suplementos polivitamínicos, deixo uma segunda recomendaçã o ideal mesmo é ingerir a Vitamina D através dos alimentos (óleo de fígado de bacalhau, peixes como salmão, atum e sardinha, ovos, fígado, ricota e cotage, cogumelos) e também através da exposição ao sol, que garante a absorção desse nutriente pela pele. E, ainda, um alerta: excesso de peso e aumento da idade requerem maior ingestão de Vitamina D.

Finalizo este artigo com o mesmo alerta do Dr. Willian Faloon: se possível, faça um exame de sangue para verificar se a sua dosagem de Vitamina D está adequada. Procure um Médico, informe-se e não deixe de priorizar alimentos que contenham este nutriente. Dar um suporte a mais para as funções imunológicas também é garantir saúde e longevidade!

 

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