A osteoporose é causada pela diminuição de massa óssea e da qualidade normal do osso. Como consequência, há um aumento do risco de fraturas, principalmente da coluna vertebral, do colo do fêmur, punho e quadril. É uma doença silenciosa que evolui ao longo dos anos, até que as complicações apareçam com a ocorrência das fraturas, na maioria das vezes com necessidade de intervenções cirúrgicas que resultam em dor, incapacidade, deformidades e menor qualidade de vida, podendo por vezes levar à morte prematura.
A massa óssea é determinada por hereditariedade, sendo influenciada por fatores ambientais e pelo estilo de vida. Aspectos como a alimentação (com ingestão adequada de cálcio), a prática de exercícios físicos e equilíbrio dos ciclos hormonais atuam significativamente no pico de massa óssea, que de modo geral ocorre por volta dos 20 anos.
É importante entender que o osso humano passa por constante remodelament o tempo todo partes velhas do osso são removidas e substituídas por osso novo. A maior parte do cálcio presente no nosso corpo (90%) é armazenada nos ossos, com uma troca constante ocorrendo entre o sangue e esse tecido. Vários hormônios participam desse remodelamento, entre eles a vitamina D, que atua como hormônio principalmente no controle dos níveis de cálcio no sangue, entre outras funções.
Isso ajuda a explicar por que a perda de massa óssea ocorre naturalmente com a chegada da menopausa e com o envelhecimento. Na menopausa, por exemplo, ocorre a queda do estrógeno e, consequentemente, o aumento na reabsorção do cálcio do osso pelo organismo. No entanto, o estilo de vida que levamos pode retardar ou acelerar esse processo. Dietas ricas em sódio ou proteínas e pobres em cálcio podem aumentar a excreção desse mineral, estando associadas a um maior risco de fraturas. Além disso, o alcoolismo e o tabagismo aumentam o risco de osteoporose por inibirem a formação do osso, assim como o sedentarismo acelera a perda de massa óssea.
O diagnóstico da osteoporose é feito por meio de um exame chamado densitometria óssea, que mede a massa óssea existente em qualquer parte do esqueleto. Após diagnosticada a osteoporose, outros exames devem ser feitos no sentido de detectar se a formação óssea está sendo insuficiente ou se há uma reabsorção óssea maior do que o normal, com tratamentos específicos para cada caso.
De modo geral, a suplementação com cálcio e vitamina D é empregada como parte de um tratamento mais amplo, que deve envolver outras frentes de ação. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que somente essa suplementação não diminui o risco de fraturas resultantes da osteoporose, tendo um “pequeno efeito positivo” na sua prevenção. Principalmente mulheres e idosos devem se alertar de que não estão totalmente protegidos contra a osteoporose somente com a suplementação de cálcio e vitamina D e que os aspectos relacionados ao estilo de vida são indispensáveis tanto na prevenção quanto no tratamento da osteoporose. A quantidade de Vitamina D do corpo deve ser dosada com a pesquisa de 25-Hidroxivitamina D do sangue e a suplementação deve ser avaliada com o objetivo de se atingirem os valores normalidade atual (maior que 50 ng/mL).
Referências
The DIPART (Vitamin D Individual Patient Analysis of Randomized Trials) Group. Patient level pooled analysis of 68 500 patients from seven major vitamin D fracture trials in US and Europe. BMJ 2010 Jan; 340: b5463.
Avenell A, Gillespie WJ, Gillespie LD, O’Connell D. Vitamin D and vitamin D analogues for preventing fractures associated with involutional and post-menopausal osteoporosis.
Cochrane Database Syst Rev 2009; (2): CD000227.
