É lamentável que a Prefeitura tenha pelo menos pensado em adotar uma medida tão desastrosa como o fim do Pronto-Atendimento à Saúde no bairro Abadia. Há que se construir, que se implementar em saúde e não desmanchar, desprover a população do que ela conquistou num segmento tão importante como a saúde e num serviço de extrema relevância (urgência/emergência), haja vista que doença não tem hora para ocorrer.
Como tínhamos o Centro Médico do Abadia, numa região de grande concentração populacional, implantamos a Camm, numa região central. Mais à frente, durante o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Ferrovia Centro-Atlântica, intermediado pelo Ministério Público, buscamos garantir dois amplos ambulatórios: um no bairro Boa Vista e outro no São Cristóvão.
A intenção era construir outra grande estrutura no bairro Tutunas, dentro de um planejamento estratégico/estruturante, para facilitar o acesso da população dos diferentes bairros ao sistema público de saúde. E, infelizmente, repito, o que assistimos são projeções para suprimir um Centro Médico que, talvez não fosse a imprensa local, já estivesse finalizado, como ocorreu com a desativação já consumada do PSF do Jardim Manhattan, do ambulatório odontológico Randolfo Borges, a falta de medicamentos e por aí vai.
Não convence a justificativa da Prefeitura, diante da cobrança da imprensa, de que a transformação do Centro Médico do Abadia em ambulatório visa a focar no atendimento ambulatorial, tratando-se de uma readequação para fazer frente à demanda por este tipo de atendimento. Assim, ainda de acordo com as declarações da Prefeitura, divulgadas na mídia, o Pronto-Atendimento poderá ser centralizado, inexplicavelmente, em apenas um local: a já congestionada UPA São Benedito/Camm.
Mais que isto, fica o questionamento sobre por que não levaram oficialmente a proposta ao Conselho Municipal de Saúde, que representa a comunidade?
(*) deputado federal
