O mundo se acha farturoso de momentos incógnitos. Desses momentos trabalhosos de se conseguir convincentes explicações. Quando alguma parece com certa lógica, antagoniza-se com outra filosofia. Dentre os incógnitos, ainda parece estar a interrogação do que o “Homem” é, além de um complexo orgânico. Todo aquele que fizer uma análise introspectiva perceberá que esse complexo tão só não lhe constitui o todo. Há dentro de cada “Homem” algo que lhe sustenta a vida – a ALMA. No âmbito das conceituações filosóficas, tem-se a ALMA como “Princípio da vida”. Também, “Princípio espiritual do homem”, SEPARÁVEL do corpo e IMORTAL.
SEPARÁVEL do corpo e IMORTAL...
Já não mais se faz preciso repetir que quando a morte sobrevém ao homem, somente o que lhe é orgânico fenece por não ser IMORTAL como a ALMA. Também lemos que no homem ela vive e revive até a plenitude de sua evolução. Alcançada, não mais será preciso voltar, seguindo por mérito para a angelitude. Compreende-se então que a evolução é a indiscutível razão dos retornos à vida. Como a evolução é uma grandeza paulatina e o viver o único caminho para alcançá-la, tudo nos reforça que a VIDA há de ser também um momento repetitivo para aquilo. Segundo Sócrates, “O homem é uma alma encarnada”. Firmando-nos na profunda manifestação de que *A humanidade não se constitui de gerações transitórias, e sim de Espíritos eternos a caminho de gloriosa destinação”, parece vislumbrarmos o ponto de partida para compreendermos coisas que alguns humanos ainda fazem, causando estupefações. O desvalor à vida claramente manisfestado nos hediondos crimes; jovens assassinando jovens por razões pueris. Também, adultos assim procedendo por razões de valores pouco mais que centavos. Outros, embriagados, esfaqueando-se ante banais discussões; o sexo forçado sob ameaças e as crueldades depois dele; pais se aproveitando sexualmente de suas próprias filhas. Outros se apossando de bens alheios. Tudo isso denotando uma evolução na estaca zero. Se a “Humanidade se constitui de Espíritos eternos a caminho de gloriosa destinação”, quem sabe, sejam eles de volta, tropeçando ainda os seus passos na difícil estrada da regeneração? Qual outro sentido mais reto e lógico para se compreenderem certos momentos incógnitos? Mas, por tudo, se CÉU, PARTIR, VOLTAR, EVOLUIR forem coisas da imaginação, a poetisa Maria Fernanda de Castro bem se expressa em:
* * ----------- Os anos são degraus---------------
Os anos são degraus; a vida, a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
Só Deus pode fechá-la,
Pode abri-la.
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Senhor, como é possível a descrença, imaginar, sequer, que ao final da estrada
se encontre, após esta ansiedade imensa,
uma porta fechada
– e nada mais?
* Nosso Lar. Página 18
Francisco C. Xavier
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* *Novíssima Gramática - Cegalla-443
(*) Odontólogo; ex-professor universitário (Odonto - Uniube)