Bullying, palavra inglesa, quer dizer “usar o poder ou a força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso
Bullying, palavra inglesa, quer dizer “usar o poder ou a força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros.” Segundo Aramis Lopes Neto, coordenador de bullying da ABRAPIA (Associação Brasileira Pais, Infância e Adolescência), “a maioria dos casos de bullying ocorre no interior das salas de aula, sem o conhecimento do professor.”
Apesar de a expressão ser pouco conhecida, mas muito usada, hoje, por especialistas, o fenômeno é antigo e constrangedor.
Nas escolas, a diversidade de personalidades e de tipos de criação provoca o aparecimento de alunos e ou de grupos de alunos com comportamentos definidos: uns dominadores, agressivos, debochados; outros, tímidos, temerosos, educados.
Proveniente dessa disparidade, costuma ocorrer o bullying: os mais fortes impingem todo tipo de constrangimento àqueles alunos considerados mais fracos. Uma ocorrência das mais comuns, nas salas de aula, está ligada aos apelidos; nada passa despercebid orelhas de abano, obesidade, cabeça maior, pernas tortas, gagueira, nariz proeminente e até deficiências físicas. Os nomes, também, não são poupados e servem de objeto de críticas, rimas, chacotas.
A situação piora quando os gracejos, críticas e chacotas se fazem acompanhar de ameaças: caso o agredido verbalmente conte ao professor ou aos pais, poderá sofrer represálias de toda sorte, até mesmo agressões físicas.
Crianças e adolescentes que passam por tal tipo de constrangimento sofrem muito e, quase sempre, os pais ficam sem entender a causa da aversão repentina que os filhos tomam pela escola, com pedidos constantes para que possam faltar às aulas.
Existem relatos dramáticos, feitos por especialistas, sobre jovens que não tiveram forças suficientes para resolver o problema, e, muito menos, coragem para buscar ajuda, fosse dos pais, dos professores ou da direção da escola.
Um dos problemas dos agressores estaria ligado ao estímulo dos pais, para tal tipo de comportament quando crianças, foram elogiados ao proferir palavrões, agredir os amigos ou desrespeitar os mais velhos; adolescentes, são estimulados a atingir sempre uma postura superior, em face dos colegas, pouco importando o respeito e a educação em relação ao outro.
Pais e educadores precisam estar sempre atentos. Tanto necessitam de ajuda os ofendidos como os ofensores. Os primeiros, para que sejam poupados do constrangimento ininterrupto, o que lhes prejudica o desempenho escolar, comprometendo a autoestima, o relacionamento em casa e na escola; os segundos, pelo perigo de, no futuro, ser detentores de personalidade deformada, podendo atingir a marginalidade, por se julgarem “donos do mundo”.
As escolas têm obrigação de desenvolver um trabalho preventivo no meio dos alunos, mostrando-lhes, não uma vez, mas constantemente, que cada um deve ser respeitado com suas forças e fraquezas, qualidades e defeitos, beleza ou feiura, principalmente insistindo em que o valor das pessoas não se mede por um fator apenas, ou por um caráter externo, mas por um conjunto de fatores.
Da mesma forma, os pais precisam ficar atentos quanto à alteração de humor dos filhos e às queixas, veladas ou explícitas, que eles façam da escola, buscando ajuda por meio do serviço de orientação educacional e psicológica da instituição de ensino, porque “todas as crianças e adolescentes têm direito a escolas onde existam alegria, amizade, solidariedade e respeito às características individuais de cada um deles.”
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro