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UBERABA S. CLUB: SEMPRE GLORIOSO

Começo esta tarde a cobertura do meu 36º Campeonato Mineiro de Futebol. Para muitos, pode parecer que tantos anos de estrada, atrás de Uberaba e Nacional...

Moura Miranda
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:29
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Começo esta tarde a cobertura do meu 36º Campeonato Mineiro de Futebol. Para muitos, pode parecer que tantos anos de estrada, atrás de Uberaba e Nacional — pois infelizmente quando aqui cheguei o Independente já tinha encerrado suas atividades profissionais —, é tempo suficiente para “dependurar as chuteiras”, na gíria futebolística. Talvez seja verdade, mas confesso que ainda continuo com muita disposição física para a empreitada, pois me considero ainda um quase jovem, apesar de já ter ultrapassado a casa dos 50. Comecei novo na carreira e aqui cheguei bastante moço ainda. O tempo passa. Ou melhor: o tempo voa. E o que dele melhor fica são as lembranças, as histórias, as amizades.   O Uberaba Sport Club chegava ao Campeonato Mineiro de 1974 com a moral de ter dado um grande susto no trio da capital — Atlético, Cruzeiro e América —, no quadrangular final do certame de 73. Se naquela decisão o alvirrubro, expressão usada na época — pois “colorado” lancei em minhas transmissões anos mais tarde —, tivesse realizado pelo menos um jogo no Uberabão, a história do futebol mineiro poderia ser contada hoje de maneira diferente. O time de 74 tinha como base a forte formação do ano anterior, que na maioria dos jogos foi a seguinte: Saraiva, Belmar, Modesto, Veran e Grimalde; Fabinho e Zé Francisco; Dílson, Toinzinho, Naim e Elter. Juquita José Lúcio, o bruxo que havia sido demitido no Mineirão, depois da derrota para o América, foi substituído no comando técnico por Hamilton Frade. O Uberaba Sport Club daquela época, comandado por Humberto Teodoro, Olivério Teixeira, Aziz Mansur Sobrinho, José Cury Peres e outros dirigentes que citarei os nomes em outra oportunidade, naquele ano mesmo, decidiu a Taça Minas Gerais com o Cruzeiro, levando mais de 30 mil torcedores ao Uberabão. Os tempos mudaram e até o Uberabão mudou. Encolheu pela metade, mesmo sendo de cimento, tijolos e pedra-sabão. Quem diria.   REALIDADES DO PRESENTE   Deixamos de lado o passado e vamos ao que interessa: o presente. Antes, porém, mais um esclareciment a vontade e a forma física talvez sejam as mesmas de 35 anos atrás, mas a motivação já não posso garantir. Se três décadas e meia atrás o colorado iniciava a sua participação no certame estadual, respeitado, admirado e considerado capaz de complicar as vidas dos grandes da capital, este ano não se pode dizer o mesmo. O momento é de expectativa. Tenho certeza absoluta de que quem gosta do colorado e não se deixa levar pela paixão está, na pior das hipóteses, sentindo um friozinho na barriga. Como será a campanha deste ano? O time vai brigar pela ponta ou tentar fugir da rabeira? Não dá para garantir nem uma coisa nem outra. Torcer é uma coisa e acredito que a cidade quase inteira fará isso, mas tapar os olhos e gritar que tudo está muito bem é coisa permitida só para os torcedores. INCOGNITA, esta é palavra que uso para definir minha expectativa quanto à campanha do Uberaba este ano. Quem tem bom senso sabe que a situação financeira é difícil e que isso provocou uma parceria de risco, uma preparação deficiente, contratação de jogadores desconhecidos e a repetição de uma série de erros que levaram o clube a passar sérios perigos nos últimos anos. Porém, como o Natal já passou e quem morre na véspera é o peru, vamos para a “guerra” acreditando que poderemos vencê-la.   O que é vencer a “guerra” para o Uberaba Sport Club este ano? Para mim, se ele ficar entre os dez melhores da primeira fase, estará bom. Se chegar entre os oito, será excelente. A partir daí, será um feito extraordinário. A “guerra” estará vencida desde que ele permaneça na elite do futebol mineiro e possa colocar em prática, assim que a competição acabar, todos os ensinamentos que tem recebido ultimamente. É isso mesmo. Espero que o Uberaba aprenda, de uma vez por todas, que no futebol de hoje uma coisa é fundamental e essencial: PLANEJAMENTO. Chega de decisões, contratações etc. de última hora!   VENCER E VENCER   A tabela do Campeonato Mineiro de 2009, em um primeiro momento, digamos, foi generosa com o colorado. Desde que ele consiga fazer o dever de casa, serão seis jogos no Uberabão, que, se vencidos, vão lhe garantir a permanência na elite. Qualquer outro resultado positivo que consiga nos cinco jogos que fará nos campos dos adversários será importante para que ele chegue às oitavas-de-final, quartas-de-final, semifinal ou até mesmo na final da competição. Ganhar os jogos em casa é mais que obrigação, é SOBREVIVÊNCIA. O Ituiutaba é um bom time, vem de boas campanhas e é muito bem dirigido, mas tem que ser vencido esta tarde. Não vencer o primeiro jogo em casa começará a transformar o que poderia ser uma boa tabela em coisa ruim. Ganhando na estreia, o time vai adquirir confiança e moral para ir, domingo, a Divinópolis e jogar com o Guarani, e no outro domingo, disputar o clássico com o Uberlândia. Sete pontos nesses três jogos é a largada ideal para se conseguir uma boa campanha. Nove pontos seriam extraordinariamente bons.   E O TIME?   Não me perguntem pelo time que começará jogando hoje. Só vi o primeiro tempo do amistoso de sábado, em Itumbiara, e achei apenas razoável para aquele momento. Sei, no entanto, que a marca Uberaba continua muito forte, a camisa assusta e a torcida é a maior e a melhor do interior mineiro. Para completar, minha garganta está pronta para gritar EXPLODE, CORAÇÃO COLORADO! Vá ao estádio e não esqueça o rádio. A SETE COLINAS, como há 40 anos, faz a melhor cobertura a partir das 14 horas.   Bom dia e bom campeonato!

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