O grande desafio das organizações é crescer. É inevitável. O crescimento não precisa ser acelerado. Precisa ter uma velocidade mínima. Senão, pára e morre
O grande desafio das organizações é crescer. É inevitável. O crescimento não precisa ser acelerado. Precisa ter uma velocidade mínima. Senão, pára e morre. Isso vale para as empresas, organizações não governamentais sem fins lucrativos e até o setor público, onde as demandas crescem, querendo os dirigentes ou não. Para que haja crescimento – preferencialmente ordenado – é necessário que as equipes estejam unidas em torno de objetivos maiores e de metas pontuais.
A união entre as pessoas nas organizações dificilmente é aquela das famílias onde um doa um rim para o outro, reparte o bife e o cobertor. Na prática, essa união nas organizações existe pela sobrevivência de cada um e pela sobrevivência da supridora da vida de todos. A busca das melhores práticas que levam ao crescimento é objeto de estudo do setor acadêmico. As boas pesquisas acadêmicas nessa área são aquelas que resultam de um olhar profundo do dia a dia das organizações, vencedoras ou não.
Nas diferentes áreas – TH (Talentos Humanos), Financeiro, Marketing, T.I., Gestão –, as pesquisas servem para mostrar os bons e os maus caminhos, a serem seguidos e a serem evitados. O problema é que existe, ainda, uma repulsa magnética entre a academia e as organizações. Essas acusam os acadêmicos de serem teóricos apenas. Por outro lado, são acusadas de não prestarem atenção aos avanços de gestão propostos e que envolvem as ciências atreladas ao mundo das organizações. Esse problema não deveria existir.
A boa pesquisa vem da aplicação da metodologia científica na investigação das organizações. As boas organizações usam o que revelam as boas pesquisas. A prática gera teoria e a teoria gera a prática, numa espiral ascendente. Há que haver a lucidez simultânea para se entender que a pesquisa investiga, questiona e propõe novas concepções, técnicas, mas sempre devendo ser embasada em resultados do próprio mercado ou testados em um ambiente o mais parecido possível com a realidade de mercado.
Os líderes das organizações são obrigados a trabalhar com o senso de urgência, não lhes restando muito tempo para questionamentos dos processos. O tempo já lhes é escasso para o próprio negócio e missão, pepinos e abacaxis, vitórias e derrotas do dia a dia. O domínio das informações necessárias para o sucesso da organização já é um exemplo de vitória. Exceções à parte, pesquisa acadêmica é coisa para a academia. Cada macaco no seu galho. Mas a floresta é única e as árvores dependem umas das outras, assim como o solo depende das árvores e essas do sol e do ar. Já a ecologia organizacional é outra história, na teoria e na prática.
(*) Economista, diretor titular da Aciu, sócio do Rotary Uberaba