ARTICULISTAS

Tenho visto de tudo

Tenho profunda admiração por pessoas

Terezinha Hueb de Menezes
Publicado em 17/03/2013 às 13:54Atualizado em 19/12/2022 às 14:10
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Tenho profunda admiração por pessoas que, saindo da simplicidade de vida e atingindo posição social e ou financeira privilegiada, continuam com o mesmo comportamento de antes: humildes, espontâneas, sem sofisticação, exibicionismo ou ostentação.

Nesta minha já longa jornada na educação e na vida, tenho visto de tud pessoas que conheci nos períodos difíceis em suas vidas e conseguiram vencer as intempéries, atingindo situação social invejável: elas parecem apresentar-se até mais humanizadas. A postura é a de quem se sente agradecido a Deus, à vida e aos próprios esforços no enfrentamento das dificuldades e na vitória em face dos percalços.

Com isso, tais pessoas cultivam em si o sentimento de solidariedade por aqueles em quem veem o próprio retrato do passado sofrido. Agem com espírito de desprendimento, reconhecendo, nas conquistas, os bens que devem ser recebidos com gratidão de alma, com isenção de soberba, com espírito de doação e respeito por aqueles que ainda lutam por melhores situações de vida.

Mas tenho visto, também, seres humanos que, saídos da simplicidade, batalham avidamente para mudar as condições na existência: trabalham, estudam, investem em cursos, em empreendimentos e, ao final, conseguem atingir os patamares almejados. Aí, parecem haver corrido uma borracha invisível na memória, e o passado de sofrimento é rapidamente esquecido ou ignorado em algum canto interior, como se jamais houvesse existido.

Nesse caso, costumam ocorrer mudanças de comportamento, paulatinamente, até que, na fisionomia e nos atos de tais pessoas, não mais se veem aquelas de antigamente. Olham os outros com olhar superior, de cima, parecendo querer manter distância. Perdem a espontaneidade. Os atos parecem calculados.  Muitas vezes, até as próprias famílias – pais, irmãos – são ignoradas, na vergonha de verem desnudados, aos olhos dos novos relacionamentos sociais, a origem humilde. Quem já não ouviu falar de formandos em curso superior que impedem a presença da família em solenidades de colação de grau, com vergonha de expor sua origem?

Por tudo isso, eu louvo os humildes de coração e de atitudes. Tantos que conhecemos, ricos e bem sucedidos na vida, mas que se mantêm simples, convivendo com poderosos e humildes da mesma forma, com fraternidade cristã, com reconhecimento de que os verdadeiros valores ultrapassam posição social e riqueza material; tantos que jamais sentem necessidade de propalar aos quatro cantos as fortunas amealhadas, as conquistas e o prestígio social, o poder e tudo o mais que configura o crescimento social. A eles, “louvor e glória!”

 

(*) *Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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