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Tempo de Natal

O tempo não para; aliás, voa! Eis que nem bem terminam as comemorações de um Natal e o outro já vem chegando

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 21/12/2010 às 20:28Atualizado em 20/12/2022 às 02:33
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O tempo não para; aliás, voa! Eis que nem bem terminam as comemorações de um Natal e o outro já vem chegando.

É tempo de gastança desenfreada, de comilança, de comprar por impulso. Tempo de se endividar, aproveitando a boa desculpa de oferecer algum presente para um ente querido ou para um amigo. Como são muitos os amigos e também numerosos os entes queridos, é fácil entender a razão da gastança desenfreada.

É tempo do famoso amigo secreto, que também pode ser chamado de amigo invisível, pois qualquer dos dois serve como boa desculpa para mais um gasto natalino.

É tempo de observar a estatística do trânsito. A aposta é se haverá mais ou menos vítimas do que no Natal anterior. Quando a morte passa a ser apenas um dado estatístico, podemos afirmar que a vida ficou desvalorizada.

Se gastar para comprar presentes, já é algo que marca o Natal. A escolha do presente certo para a pessoa certa é a grande perturbação para o presenteador. Caro ou barato, o presente tem de ser do agrado de quem o recebe. E nem sempre é fácil acertar, a não ser que haja uma relação bem íntima entre o doador e a aquele que vai receber a dádiva.

Este é também um tempo de viagens, que anulam as distâncias e unem familiares e amigos nas comemorações.

Embora seja tempo de mensagens, de abraços fraternos, de matar saudades, nem sempre isso é possível, pois há aqueles que não podem estar presentes, por mil motivos, nas confraternizações. Então, é fácil entender por que o pastor deixa as noventa e nove ovelhas no aprisco e vai em busca daquela que está desaparecida. Nem sempre é possível encontrar a ovelha...

Também é tempo do velhinho Papai Noel, que permite tantos sonhos às crianças (e aos comerciantes, claro). Essa figura povoou a mente de muitos adultos, quando eram crianças, e ensinou a todos como manter a magia desta data.

O principal motivo da existência do Natal ia ficando de lado. O Natal assinala o nascimento do Menino Deus. É isto, gente! E quase passo batido nessa. A festa relembra que o Filho de Deus, há 2010 anos, nasceu para salvar a humanidade. Passado esse ciclo de vida, pleno em pregação da bondade e paz, marcado pelo sofrimento e morte por amor, os homens, a quem Jesus deseja salvar, permanecem na constante busca do ter, esquecendo-se de que ser é o essencial para uma vida perfeita.

E fica a oportunidade para um bom presente neste Natal: oferecer amor, amizade, compreensão, ternura, paz, harmonia, solidariedade, sempre acompanhados de um abraço afetuoso. Tudo embalado num coração gentil. E, creiam, com gastos mínimos. Feliz Natal!

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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