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Sobre os médiuns videntes

Concluindo o item 167 do Cap. XIV de O Livro dos Médiuns, eis o que afirma Allan Kardec sobre os médiuns que têm o dom da vidência

Elias Barbosa
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:16
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Concluindo o item 167 do Cap. XIV de O Livro dos Médiuns, eis o que afirma Allan Kardec sobre os médiuns que têm o dom da vidência:

“O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista, mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é  que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais frequente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.”

Do item 168, apenas o seguinte:

“Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são frequentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço. O serviço que o Espírito pode solicitar é, em geral, a execução de uma coisa que lhe não foi possível fazer em vida, ou o auxílio das preces. Estas aparições constituem fatos isolados, que apresentam sempre um caráter individual e pessoal, e não efeito de uma faculdade propriamente dita. A faculdade consiste na possibilidade, senão permanente, pelo menos muito frequente de ver qualquer Espírito que se apresente, ainda que seja absolutamente estranho ao vidente. A posse desta faculdade é o que constitui, propriamente falando, o médium vidente.”

A meu ver, nada mais há a acrescentar, a não ser a sugestão da releitura, nos artigos anteriores, do poema de Rodrigues de Abreu, que se mostrou presa de um processo obsessivo.

Os médiuns videntes, que têm conhecimento espírita, evitam transmitir às pessoas que deles estão próximas, o que estão percebendo, a fim de não assustá-los, porque muitos ignoram semelhante fenômeno, julgando-o por vezes insólito.

(*) Clínico geral e psiquiatra

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