A mulher se traduz através de várias faces
A mulher se traduz através de várias faces: mulher profissional, mulher mãe, mulher esposa, mulher dona-de-casa, mulher religiosa, entre outras. Na verdade, pode-se dizer que, na mulher, não se concentra uma única feição, principalmente nos dias de hoje.
Se compararmos a mulher de antigamente com a atual, vamos encontrar diferenças significativas.
Antes, à mulher cabiam apenas os papéis de esposa, mãe e dona-de-casa, atuações para as quais ela era criada. Não se falava em estudo feminin estudar era privilégio do homem, aquele que, futuramente, seria o chefe da casa, dominando, com atitudes machistas, os ideais femininos. Votar, então, nem falar! A mulher não podia intrometer-se em assuntos políticos, muito menos de negócios: tratava-se de áreas restritas aos homens. Por isso era considerada ser inferior, principalmente em determinadas raças, em que o nascimento da menina era visto com certo desprezo.
Aos poucos, foi sendo conquistado o espaço feminino. Um dos marcos de tal conquista foi o movimento das empregadas de uma fábrica em Nova York, em 1857, protestando contra os baixos salários: em consequência, tais mulheres foram queimadas no interior da fábrica, e o dia (8 de março), declarado pela ONU como Dia Internacional da Mulher.
Hoje, os avanços em relação à mulher prosseguem: profissionalmente, ampliou-se o mercado de trabalho feminino; mesmo assim, ela continua desempenhando, também, suas funções de esposa, mãe e dona-de-casa, o que lhe trouxe benefícios, de um lado, na contribuição das despesas domésticas, mas prejuízos, de outr os filhos, muitas vezes, poucas oportunidades têm de conviver com as mães, muitas delas fora de casa o dia todo. Em alguns casos, tal situação compromete a harmonia e o bom andamento da família, gerando atritos e desentendimentos.
Apesar de todas as conquistas femininas, não se pode negar que, em alguns lares, ainda existem muitas reações machistas: ao lado de maridos companheiros e compreensivos com as novas atribuições femininas, há outros que estão sempre tolhendo as iniciativas da mulher, criticando-a, sempre, e dela cobrando de forma exagerada, como se apenas ela fosse responsável pelo encaminhamento do lar. Por outro lado, há mulheres que, aproveitando-se do espaço conquistado, excedem em atitudes não condizentes com a dignidade e o respeito, qualidades das quais não podem abrir mã se, no homem, atitudes que ferem a moral causam repulsa, na mulher parecem piores ainda, talvez pela imagem que dela espera toda a sociedade.
Convém salientar, finalmente, que, à mulher, cabe a função de ser ponto de equilíbri equilíbrio entre o pai e o filho, equilíbrio nas aspirações da família, equilíbrio nos momentos de tensão, equilíbrio nos momentos de tristeza, equilíbrio nas dificuldades econômicas. Talvez por tantas características de que a mulher se deva revestir, Deus tenha legado a ela o maior dom da humanidade: o de ser mãe, responsável pela continuidade da obra da criação. E, a fim de ter forças suficientes para desempenhar tantos e tão complexos papéis, a mulher deve tomar, como exemplo, Maria, a Mãe de Jesus: com dignidade, ela soube, sempre, falar, nos momentos necessários, mas, sobretudo, soube calar-se, deixando-nos a maior lição de equilíbrio nas ações do dia a dia, pautado pela sobriedade, sem deixar, nunca, de ser firme. Nela, as mulheres poderemos sempre espelhar-nos, para atingir o caminho da dignidade e do respeito, não apenas pelo outro, mas também por nós próprias.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro