Maria apareceu. Nas águas barrentas do rio Paraíba. Aparecida
Maria apareceu. Nas águas barrentas do rio Paraíba. Aparecida. E apareceu no nome de minha irmã, e de tantas outras Marias por este Brasil afora.
Como apareceu Aparecida? Que iluminação levou os simples pescadores a encontrar uma santa que não conheciam, de pele escura, apontando, talvez, a beleza de uma raça que colore o nosso país?
Aparecida. Simplesmente aparecida. De onde viera? Quem a trouxera? Por que parar na rede dos três humildes pescadores que nada conseguiam pescar naquele outubro de 1.771? Primeiro o corpo, envolto em lama, carinhosamente envolvido na camisa de um deles. Depois a pequenina cabeça, em outra jogada de rede, sem que entendessem como pudera ter sido retida. Novamente o acolhimento na camisa. E, depois, o milagre: rede repleta de peixes, quase a afundar o barco.
Quanto tempo repousara no leito do rio? E por quê? Talvez à espera de momento em que sua presença se fizesse mais necessária, padroeira que é de nosso Brasil.
E observaram a cor morena da pele: “... o CRIADOR, ao escolher a cor negra, para representar NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA, quer simbolizar a fusão das diversas raças no território brasileiro, ensinando-nos que devemos viver harmoniosamente sem preconceitos.”
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: envoltas por vosso manto, as crianças, comemorando convosco a representação do futuro. E é preciso, Senhora, que as protejais dos males que infestam nossa terra, como a violência, a pedofilia e as drogas.
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: envoltos por vosso manto também os professores, na comemoração do dia do mestre. E é preciso, Senhora, que lhes norteeis os passos, que lhes indiqueis caminhos, para que possam cumprir a missão, que lhes foi confiada, de orientar crianças, jovens e até adultos na jornada, não somente do saber, mas também da formação moral que os oriente no compromisso com a verdade e com os valores éticos.
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: olhai pelos brasileiros, sejam os mais humildes ou os mais esclarecidos, olhai por esta nossa terra, tão rica no verde de sua natureza, mas tão agredida pelos insensatos; olhai pelos que sofrem e necessitam de vossas bênçãos para que possam prosseguir a caminhada existencial sob vossa proteção hoje e sempre.
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. [email protected]