SAÚDE

Sequelas: onda da variante ômicron pode aumentar casos de "Covid longa"

Publicado em 24/01/2022 às 08:49Atualizado em 18/12/2022 às 18:08
Compartilhar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 10% a 20% dos infectados pelo coronavírus ainda tenham sintomas meses depois de estarem considerados curados da infecção. Em Uberaba, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura no domingo (23), são 51.335 pessoas, o que significaria 5.133 a 10.267 pessoas só na cidade que continuariam sofrendo com fadiga crônica, perda de memória, falta de ar e de olfato, dores de cabeça, entre outros sintomas, mesmo após semanas da infecção inicial.

Embora haja sinais de que a vacinação em massa diminua a proporção de pacientes graves, a variante ômicron acende o alerta sobre a chamada Covid longa, ou seja, as sequelas ou sintomas persistentes. “É uma resposta que só teremos em seis meses. O número de pessoas entrando na UTI aumentou muito. Se forem 5% de um milhão de infectados, por exemplo, é muita gente”, disse a professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carolina Marinho, que conduz um estudo sobre a Covid longa, ao jornal O Tempo.

O estudo reúne 250 pacientes, acompanhados durante um ano e meio após a hospitalização por Covid-19. “A maior parte teve melhora dos sintomas depois de seis meses. É curioso que mesmo quem não foi para o CTI permaneceu com fadiga e fraqueza prolongadas e efeitos na saúde mental, que são comuns em quem vai para o CTI”, explica a médica. O Hospital das Clínicas da universidade inaugurou um ambulatório para atendimentos pós-Covid em outubro do ano passado e, desde então, recebe uma média de dois pacientes por semana — alguns deles, explica a pesquisadora, que sequer precisaram de internação. 

Segundo o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), Anderson Coelho, a onda da ômicron têm menos chance de deixar sequelas nos casos mais leves entre os vacinados, porém preocupa-se com o grupo de não vacinados que podem sofrer com os sintomas meses depois. “O corpo de quem está vacinado está preparado para receber uma carga viral”, pontua o especialista. Em Minas Gerais, de acordo com a última atualização da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 80% dos internados em UTIs e 85% dos pacientes nas enfermarias não receberam nenhuma dose da vacina ou não completaram o esquema vacinal.

Uma revisão de 18 mil estudos publicada na revista científica “Nature” concluiu que a Covid-19 pode levar a 55 sequelas com duração de quase quatro meses. Fadiga, dores de cabeça, falta de atenção, perda de cabelo e falta de ar foram os sintomas persistentes mais comuns. Fora as consequências diretas da doença, a tensão de se infectar e os dias de isolamento durante o quadro podem levar a quadros de estresse extremo que se refletem na saúde mental no longo prazo. 

Depois da Covid

No mund revisão internacional de estudos sobre sequelas da Covid descobriu os sintomas mais comuns em quase 48 mil pacientes. 

Fadiga: 58%

Dores de cabeça: 44%

Falta de atençã 27%

Queda de cabel 25%

Falta de ar: 24%

Em Minas: projeto Supera Minas, do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), avaliou 3.250 pessoas que tiveram Covid há até seis meses. 

Falta de ar

40% dos pacientes tiveram falta de ar nos 30 primeiros dias após a Covid.

21% nos 90 primeiros dias.

7% acima de 90 dias

3% dos pacientes tiveram queda de cabelo

6% tiveram falta de equilíbrio e força nos membros inferior

11% tiveram tosse seca

Fontes: Crefito; artigo “More than 50 long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis”. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por