A pandemia afetou a rotina em diversos setores, principalmente no que se refere às relações de convívio social. Nesse sentido, crianças e adolescentes também sentem o peso das bruscas mudanças do cotidiano. Especialistas temem que essa nova realidade, se seguida sem os devidos cuidados, possa refletir na saúde mental dos menores e seus responsáveis a curto e longo prazo.
O pediatra Alexander Engelberg aponta alguns problemas causados em crianças e adolescentes em meio ao isolamento social. “A pandemia tem afetado as crianças de várias formas, diretas e indiretas. A criança tem uma necessidade muito grande de convivência e interação, temos atividades das mais distintas nas escolas, e essa situação de confinamento tira a capacidade de conviver e interagir e faz com que as crianças fiquem mais estressadas e irritadas”.
“A geração de hoje é muito imediatista, gosta de ter seus anseios atendidos de maneira muito rápida e dinâmica, então quando se impõe restrições e limites para convivência você, de uma certa forma, gera uma ansiedade que vai causar alterações comportamentais importantes”, completa o pediatra, destacando a importância dos cuidados com a saúde mental.
Apesar das mudanças repentinas, Engelberg entende que a situação atual é atípica e temporária. Portanto, o especialista aponta possíveis soluções a serem desenvolvidas no momento, mesmo em casa. “Dentro dessa realidade de restrição, a família assumiu um pouco esse papel, de buscar atividades coletivas dentro de casa para uma aproximação maior das crianças. Elas demandam muita atenção do adulto, então dessa maneira é possível voltar a ter um contato maior, explorar atividades lúdicas, educativas e físicas e que, dentro da família, conseguem estreitar essas relações e, de uma certa forma, preencher essa lacuna de convívio social”.