Pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos da USP propõe o uso de técnicas avançadas para diminuir em até 50% a exposição
O uberabense Vinícius Paranaíba Campos participa de estudos científicos da Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia Elétrica pela USP de São Carlos, ele é integrante de um dos laboratórios da Universidade, em que são desenvolvidas pesquisas científicas, uma delas voltada para a redução da exposição de pacientes aos raios-X.
A informação foi repassada pela coluna Falando Sério do Jornal da Manhã. O projeto em curso visa reduzir o tempo de duração de exame com redução de custos, sem prejuízos do diagnóstico. Segundo o Jornal da USP, a tomossíntese é um método de diagnóstico da mama que utiliza raios-X para obter imagens tridimensionais e detectar tumores difíceis de serem descobertos por uma mamografia convencional.
Apesar da eficiência, a quantidade de radiação utilizada nos exames pode colocar em risco a saúde das pacientes. A fim de evitar esse problema, uma pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP propõe o uso de técnicas avançadas de processamento de imagens em computador para diminuir em até 50% a exposição aos raios-X, sem prejudicar a precisão no diagnóstico. O novo método, atualmente em fase de testes, é descrito na tese de doutorado do engenheiro Lucas Rodrigues Borges, vencedora do Prêmio Tese Destaque USP 2019, na categoria Engenharias.
O engenheiro conta que o processo de aquisição das imagens de tomossíntese é muito semelhante à aquisição de uma imagem de mamografia convencional. “A paciente é posicionada pela técnica responsável e ocorre a compressão da mama. Em seguida, uma série de disparos é realizada. Após cada disparo, o tubo de raios-X se movimenta, permitindo a visualização de ângulos diferentes da mama”, relata. “Os raios-X formam projeções, que são então reconstruídas com o auxílio de um software, o que permite a visualização tridimensional do volume mamário, aumentando as chances de detecção de tumores difíceis de serem visualizados em uma mamografia convencional”.
Por ser um tipo de radiação ionizante, o uso de raio-X durante o exame resulta em uma pequena chance de desenvolvimento de um câncer induzido que não estava presente antes da realização do exame. “Isso acontece porque ao ser transmitido pela mama a radiação de raio-X pode causar dano às moléculas do DNA”, aponta Borges. “Ao mesmo tempo, quando a dose de radiação é reduzida, a imagem perde qualidade, o que dificulta a detecção e a caracterização das lesões mamárias pelos radiologistas”.
Para alcançar a qualidade obtida com os níveis de radiação atuais, a pesquisa propõe a utilização de ferramentas de filtragem, empregadas em conjunto com fórmulas matemáticas, para a melhoria da qualidade das imagens adquiridas em doses reduzidas. As ferramentas de filtragem foram desenvolvidas pelo grupo de pesquisa do professor Alessandro Foi, da Tampere University, na Finlândia.