Final de ano, queiramos ou não, força-nos a meditar nos meses passados e naqueles que hão de vir. Queiramos ou não, avulta em nossos pensamentos
Final de ano, queiramos ou não, força-nos a meditar nos meses passados e naqueles que hão de vir. Queiramos ou não, avulta em nossos pensamentos a necessidade de promover uma revisão de vida.
O que fizemos de bem? O que fizemos de mal?
Pensando no bem, ou pensando no mal, surge-nos à frente a figura do próximo, e o questionamento que nos martela a cabeça: até que ponto fui irmão de meu irmão? Até que ponto concorri para seu crescimento, para seu ajustamento social? Ao contrário, que atos pratiquei para forçar meu semelhante a afundar, ainda mais, a sua auto-estima? Que falas proferi que o magoaram, que o aniquilaram? Que gestos encenei quando lhe neguei meu perdão ou quando a incompreensão me toldou os olhos?
Se eu creio que no rosto de meu semelhante está o rosto de Cristo, se eu creio em Cristo, libertador de todas as amarras, como entender que eu continue preso às fragilidades que fustigam meu próximo, levando-o ao desencanto e, tantas vezes, ao desânimo em face da vida?
Como somos pequenos e mesquinhos em face da figura do Menino-Deus, que ainda se aconchega no presépi quis nascer, não em palácios de ouro, mas numa simples manjedoura, mostrando sua preocupação com os mais necessitados. Em face do Cristo que, feito Deus e homem, se entrega ao sacrifício da cruz, para salvar a humanidade, precisamos reconhecer-nos ínfimos, diante de nossa postura em relação ao nosso irmão, principalmente aquele que espera um olhar de ternura, um gesto de amizade, uma palavra de consolo, um murmúrio, que seja, de perdão.
Vem-me à alma o pensamento de Francisco de Assis: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. (...) ...fazei que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado.” Que eu não seja tão egoísta, vendo apenas o meu sofrimento, ignorando o sofrimento do outro; que eu não apele por compreensão, quando me fecho à compreensão em relação ao próximo; que eu não exija de meus familiares e amigos atenção e amor, quando lhes fecho as portas de meu coração, em desatenções e grosserias.
Mesmo sabendo que uma simples mudança de data não altera o correr da vida, creio, mesmo assim, devermos aproveitar o balancete que fizermos de nossas atitudes, durante o ano findo, e tentar, pelo menos tentar promover mudanças em nosso modo de ser e de agir, em face de nossos irmãos, principalmente daqueles que mais precisam de nós.
VOTOS: De coração, desejo a todas as minhas amigas, a todos os meus amigos, irmãs e irmãos sempre, que 2009 se envolva na tão sonhada paz nos corações de todos, sob as bênçãos de Deus.
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro