Oitocentos anos da Ordem Dominicana! Mais do que nunca, precisamos, em nosso mundo...
Oitocentos anos da Ordem Dominicana! Mais do que nunca, precisamos, em nosso mundo, do “Espírito de São Domingos”, que se caracteriza pelo ardor e pela coragem em proclamar e defender a verdade, a justiça e a fé.
A tocha ardente que a mãe de São Domingos viu em sonho, antes do seu nascimento, conduzida pelos caminhos do mundo na boca de um cão, simboliza o calor e a limpidez deste Espírito.
Assim, todos nós, membros da família dominicana, somos impulsionados a viver e a pregar o Evangelho, colocando-nos a serviço do desenvolvimento moral que se traduz em afirmações de verdade e de justiça. Também somos encarregados de divulgar a mensagem santíssima do Rosário.
Teria muito a escrever sobre a Ordem Dominicana, mas tantas lembranças e histórias não encontram, num artigo, linhas que as comportem.
Nasci no dia de Nossa Senhora do Rosário e a ela fui consagrada no Batismo e na Primeira Comunhão. Duas vezes! Em comovente oração do meu pai, impressa no verso das estampinhas de recordação, ele e mamãe a Ela rogavam que de mim fizesse mensageira da fé, da esperança e da caridade.
O pátio da minha infância e de todos os meninos da rua Segismundo Mendes foi o da igreja de São Domingos. Brincar de estátua, pique de esconder, de pegar, velocípede, bicicleta e patinete que nos faziam vibrar ao contornar uma bem fechada curva dos canteiros. As novenas em honra de N. Senhora do Rosário, o desfile das bonecas vivas, os filmes que Frei Alberto Chambert projetava na casa do Rosário.
Papai era Irmão do Santíssimo e professor na Escola Apostólica, mas o convívio com os frades era diário, inclusive nos almoços de domingo.
Mamãe, membro ativo da “Ordem Terceira”, subia e descia o morro a todo vapor para a missa todas as manhãs e, depois, para diversas atividades.
O legado dominicano me foi passado por ancestrais paternos e maternos. Vem de longe. E pertencer à Fraternidade Leiga Dominicana foi “arte” do Frei Martinho P. Burnier, que convocou a mim e mais duas amigas, colocando-nos no pescoço o escapulário e um nome no coração. O meu foi Cecília, afirmando que era para musicar a vida do Gibinha, meu marido.
O espírito de São Domingos emana uma luz na minha jornada pelos caminhos de Deus. Sincera homenagem de reconhecimento e de amor.
Gratidão! Saudade!
(*) Leiga dominicana, ex-aluna da Fista e do CNSD