Temos recebido verdadeiras aulas de civismo proferidas pela amiga, escritora e professora de canto Arahilda Gomes Alves. Suas manifestações sobre os nossos hinos demonstram profundo conhecimento sobre o assunto, a começar do Hino Nacional, passando por diversos outros, inclusive o da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, de sua autoria.
Somos de uma geração em que os Símbolos Nacionais eram cultuados, independendo da coloração partidária. Respeitar o Hino, a Bandeira, as Armas da República e o Selo Nacional faziam parte das nossas emoções. Hoje viraram artigos reservados a instituições oficiais, mesmo assim, podem ser contadas nos dedos.
O entusiasmo de Arahilda me fez reportar a 1990 quando em sua casa entrei, levado pelo amigo e maestro José Januário. Fomos lhe apresentar a letra do Hino à Prevenção de Acidentes que eu houvera concebido. Em poucos dias tivemos a emoção de ver a Banda de Música do nosso Quarto Batalhão e o Coral da empresa Fosfertil executarem nossa obra. Pena é que essas coisas já estavam sofrendo sabotagens e eu não percebia...
O momento brasileiro exige civismo e não me faço de arrogado para dizer que estou fazendo a minha parte: no dia sete de setembro de 2020 coloquei a bandeira do Brasil à frente de minha casa pelo período de um mês. Quanta curiosidade causei! Parecia estar ali um objeto estranho não identificado. Críticas silenciosas sei que recebi, mas a deferência cívica de observadores me emocionou. Nos períodos de Copa do Mundo sempre deixo minha bandeira hasteada e com prazer.
Sou de expressar o meu civismo das mais diversas formas. Senão vejamos: nos mesmos anos noventa certa agência bancária, recém-reformada, teve as bandeiras do Brasil, Minas Gerais e de Uberaba colocadas sobre sua marquise de forma que não fossem vistas. “Bandeiras escondidas”, foi o título de um artigo que estampamos nesta página. Sem arroubos, devo registrar que em três dias as bandeiras estavam dentro da agência. Outra: na inauguração de uma megarreforma na sede central dos nossos Correios, uma placa em granito com a efígie do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra, fora sumariamente retirada de onde estava, desde o ano de 1955. “Devolvam a placa ”- escrevemos - e a relíquia está hoje em local nobre no saguão.
Convido a você uberabense, para que observe o pedestal da estátua do nosso fundador, Major Eustáquio. Ali, diante do Paço Municipal, o vandalismo deixou sua marca que atravessa anos. Quem vai devolver o brilho do Major que vi quando menino e restaurar o pedestal da sua estátua?