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“Quem Quer ser Um Milionário?”

A entrega do Oscar, no dia 22 de fevereiro, não antecipou surpresas, mas reiterou tendências. O “filme indiano” de Danny Boyle, que...

Horácio Forte
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:43
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A entrega do Oscar, no dia 22 de fevereiro, não antecipou surpresas, mas reiterou tendências. O “filme indiano” de Danny Boyle, que agora chega ao Brasil, foi o grande vencedor da noite, conquistando troféus em oito categorias - inclusive filme e direção. O filme Quem Quer ser Um Milionário? invadiu os tapetes vermelhos de Hollywood. No lugar de atores e atrizes aloirados, fizeram a festa os morenos da Índia. Sintomático, num momento em que a economia globalizada, na prática, não tem mais os EUA como centro da roda.        

Editor da revista Newsweek International, o indiano Fareed Zakaria está faturando alto com seu livro O Mundo Pós-Americano, onde afirma coisas do tip os edifícios mais altos do mundo não estão nos EUA; o homem mais rico do mundo é mexicano; a maior empresa de capital aberto é chinesa; o maior fundo de investimentos está nos Emirados; o maior avião do mundo foi feito na Rússia; o maior cassino está em Macau; o maior shopping, em Beijing, e a maior indústria cinematográfica, na Índia, em “Bollywood”.

Pós-americanismos ou antiamericanismos à parte, os EUA continuam sendo uma grande influência. O momento é de valorizar o que deu certo lá e evitar as derrapadas... O empreendedorismo casado com os investimentos em Educação continua a ser um grande exemplo. Pesquisa do MIT (Massachusetts Institute of Technology), divulgada pela revista The Fortune, demonstrou que, na virada do século, quatro mil empresas criadas por alunos egressos do MIT faturavam o equivalente ao 20º PIB do mundo!

O Brasil prosperou muito. Fomos capazes de importar e entender as novas tecnologias, desenvolver inovações aqui e exportá-las. Mas o nível educacional geral da população brasileira não está acompanhando o passo do mundo. Basta ver as pesquisas sobre os hábitos de consumo de aparelhos eletrônicos no Brasil, de DVDs a celulares. A maioria subutiliza os recursos por não saber manusear os aparelhos, por não ter familiaridade, paciência ou por ter dificuldade para ler os manuais, mesmo em português.

Em muitos países considerados “emergentes” como o Brasil, já se fala em uma “comoditização” dos computadores e celulares. Isto é, devido à alta competitividade, os aparelhos têm cada vez mais tecnologia de ponta, mas são cada vez mais “comuns” e similares. As tecnologias de ponta estão cada vez mais sendo assimiladas pelas populações dos diferentes países. O diferencial reside justamente nas pessoas, na capacidade em massa de fazer o uso máximo dos recursos tecnológicos e exigir cada vez mais recursos novos, que atendam a todos, na escola e no trabalho. Aliás, dois ambientes cada vez mais convergentes. Quem não quer ser um milionário?

(*) economista, diretor titular da Aciu, sócio do Rotary Uberaba

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