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QUE VENHAM OS VELHOS

Túlio Maravilha, Dimba, Fábio Augusto, Sorato e Jardel são alguns nomes de jogadores que atuaram em grandes clubes, alguns já caminhando para o final de carreira, que foram citados...

Moura Miranda
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:44
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Túlio Maravilha, Dimba, Fábio Augusto, Sorato e Jardel são alguns nomes de jogadores que atuaram em grandes clubes, alguns já caminhando para o final de carreira, que foram citados nos últimos dias como possíveis reforços do Uberaba para o Campeonato Mineiro. Isso é bom, mesmo sabendo que, para certos casos, tudo não passa de especulação e sonho que não se realizará. Futebol não passa de uma ilusão na cabeça das pessoas que deve ser sempre alimentada para não se apagar, disse-me um colega, certa vez. Concordei com ele e nunca mais me esqueci dessa frase, que acredito ser verdadeira.   Alimentar o sonho e manter acesa a chama da paixão do torcedor. É assim que precisa ser o futebol. Para que isso aconteça nada melhor do que ver um craque, mesmo que no final de carreira, vestindo a camisa do nosso clube. Trazer jogadores que fizeram nome em outras equipes é uma tradição do Uberaba Sport Club, desde meados do século passado. O saudoso Neném Mamá era um especialista nesta arte de botar fogo na paixão do torcedor colorado. A cada início de temporada, ele chegava à cidade com um nome conhecido para vestir a camisa do clube. Foi assim com Tati, Elpídio, Hermínio, René, Mingo, Vadinho, Grimalde entre outros que aqui chegaram nas décadas de 60 e 70 e fizeram suas histórias no nosso futebol.   Na maioria das vezes, as contratações de atletas já veteranos davam certo. Jogadores considerados com suas carreiras já encerradas se renovavam por aqui e, ainda, conseguiam fazer sucesso. Um desses casos foi o de Ademar Pantera, centroavante goleador do Palmeiras, inclusive com passagem pela Seleção Brasileira, que foi grande atração do Uberaba logo após a inauguração do Uberabão. O Pantera era atração não apenas por ter um peso capaz de fazer o hoje Ronaldo Fenômeno se sentir esquelético, mas, principalmente, pelos gols sensacionais que fazia. E fez muitos com a camisa colorada, no pouco tempo que aqui ficou.   Para citar apenas aqueles que vi jogar depois que aqui cheguei, no início dos anos 70 – e se fosse possível mudar o tempo e colocá-los em campo numa mesma época –, o Uberaba poderia ter esta formação exclusivamente de jogadores que passaram por grandes clubes antes de virem para cá: Moacir (ex-Portuguesa), De Paula (ex-Cruzeiro), Alexandre Pimenta (ex-Portuguesa), Beto Fuscão (ex-Palmeiras) e Alfinete (ex-Vasco da Gama); Élvio (ex-São Paulo), Moacir (ex-Atlético) e Zé Carlos (ex-Cruzeiro); Jussiê (ex-Vasco da Gama), Palhinha (ex-Cruzeiro e São Paulo) e Edu Bala (ex-Palmeiras). Sei que me esqueci de vários outros que também poderiam formar este time e que, se em campo hoje, poderiam participar do Campeonato Mineiro em condições de desbancar a dupla Atlético e Cruzeiro da disputa pelo título.   Alguns dirigentes se destacaram na contratação de atrações de renome nacional, entre eles o presidente Luciano Rangel Pinheiro, que sempre tinha nas equipes que formou um craque de nome. Foi exatamente o Luciano, com seu temperamento explosivo, que proporcionou um dos fatos mais hilariantes da história do colorado. Em um ano da década de 80, o Luciano trouxe para reforçar o ataque colorado, num momento decisivo, o grandalhão Alcino, que foi revelado pelo Clube do Remo, jogou nos grandes clubes gaúchos e chegou ao Uberaba depois de passar, com sucesso, pela Portuguesa de Desportos. Alcino estreou em um jogo difícil no Uberabão, que teve um pênalti marcado para o Uberaba no último minuto. Tudo que o colorado precisava era converter a penalidade para garantir a vitória e a classificação para a outra fase da competição. Artilheiro, acostumado a cobranças de penalidades, Alcino atendeu aos gritos da torcida, pegou a bola e foi com ela para a marca do pênalti. Deu um chute tão forte e torto, que a pelota quase chegou à avenida Leopoldino de Oliveira. O jogo acabou ali e as chances de classificação do colorado também. Luciano entrou no vestiário possesso. Pegou o jogador, quase nu, pelo pescoço e o colocou para fora do estádio, determinando que ele deixasse a cidade imediatamente, se não quisesse ter alguns de seus grandes ossos quebrados. Há quem diga que até hoje Alcino não pode ouvir falar no nome Uberaba.   Voltando aos dias atuais, que a parceria do Uberaba consiga trazer algum jogador de nome para vestir à camisa colorada. Ists motivaria e passaria mais confiança para os torcedores. Não importa a ficha do jogador e aquilo que um dia possa ter acontecido na sua carreira. O importante é que ele leve mais torcida ao estádio, assuste um pouco os adversários e, se possível, faça gols, como o Ademar Pantera, ajudando o Uberaba a fazer uma boa campanha.   O AMISTOSO. Mesmo o Sertãozinho não sendo uma das grandes forças do futebol paulista da atualidade, será bom o jogo-treino, ou amistoso, como queiram, desta manhã no Uberabão. Ele servirá para o técnico Michael Robin e sua Comissão Técnica avaliarem como estão os jogadores que vêm treinando em Boulanger Pucci. O torcedor, que está curioso para ver esse novo time, também terá a oportunidade de conhecê-lo.   BOA PRESIDENTE. Luiz Humberto Borges voltou da lua-de-mel disposto a comandar a diretoria colorada, como manda o figurino. Tem se reunido com diretores e membros da comissão técnica e tomado medidas acertadas, como a recontratação do Luiz César. É assim mesmo que deve agir um bom presidente.

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