Que pena que o nosso Brasil foi abatido em pleno voo pela ganância e incompetência de um projeto de poder que semeou mentiras e ilusões e arrastou-nos para um abismo sem fim. Que pena que nossa economia afunda em crise histórica em meio a descontrole político e pessimismo de investidores e consumidores, com o PIB fechando 2015 em contração de 4% ou mais, e promessa de piorar em 2016. Estávamos entrando nos eixos com o controle da inflação pelo Plano Real e a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal que não permitia aos governantes gastar mais do que arrecadavam. Tudo isso ficou na memória. A inflação ressurgiu poderosa e a dita Lei foi frontalmente desrespeitada com um déficit estrondoso que, mesmo assim, foi aprovado pelo Congresso.
Que pena que o sonho de um país melhor para os nossos filhos se transformou em pesadelo e desalento, substituído pela incerteza do futuro e pela desconfiança nos mandatários e instituições. Hoje temos medo. Acordamos ansiosos por notícias para saber em primeira mão quem são os presos do dia, poderosos e políticos, que abusaram e se lambuzaram nas benesses do poder. Que pena que as manchetes dos Jornais trocaram os nomes de programas de incentivo ao desenvolvimento e concessão de benefícios sociais por outros que batizam as várias etapas da Operação Lava Jato, que investiga um dos maiores escândalos de corrupção do mundo. Esse retrocesso atrasou em muito a marcha desenvolvimentista do Brasil. Perdemos anos e talvez décadas devido a uma aposta errada em um programa de governo que vendia facilidades e concedia crédito abundante, como se fosse mágica e o destempero nos gastos não cobrasse sua conta. Que pena que muitos acreditaram, apoiaram e fizeram de seus interesses pessoais motivos para o voto. Lamento ainda por estarmos vivendo um verdadeiro “faroeste” onde a Presidente do país e o presidente da Câmara dos Deputados batem boca e trocam acusações pesadas de falsidade, mentira e uso indevido de dinheiro público. Que pena que perdemos o decoro, a ética e o exemplo e presenciamos cabeçadas de deputados e destruição de urnas. E que mesmo assim, ainda existam pessoas que defendem o atual estado de coisas, não com argumentos válidos, mas com comparações tendenciosas, e o abominável discurso de que todos roubam.
Resta-nos fazer a nossa parte, distanciando-nos cada vez mais desse sujo mundo político e, apesar de tudo, e por tudo, manter nossa dignidade e continuar trabalhando de cabeça erguida para mostrar ao mundo que o Brasil somos nós, o povo, honesto, alegre, esperançoso e persistente. Povo que vai saber exigir seus direitos e arrancar de seus postos aqueles que descumprem a lei e que manobram descaradamente para encobrir a verdade. Que pena! Poderia ter sido diferente.
